Por CBTM
É Carnaval e o Brasil está fervendo. Trios elétricos tocam axé, marchinhas, funk, já que quem vai atrás do trio elétrico não pode ficar parado. Uma cidade famosa pelo seu Carnaval de maracatu, mas que não dispensa os clássicos desfiles de escolas de samba, acontece na terra dos irmãos Monteiro: Fortaleza, Ceará.
Um deles está na França, não vai cair na folia e foi o primeiro mesatenista a saber que já estava na Seleção Brasileira deste ano, ao ganhar a primeira etapa da Seletiva. O outro está em sua cidade, treinando muito pela Academia Cearense de Tênis de Mesa, mas vai abrir uma brecha para o famoso feriado brasileiro.
Thiago e Alexandre Monteiro são os irmãos que, mesmo separados pelas águas do Atlântico, mantém uma grande afinidade, o tênis de mesa, cada um em sua intensidade.
Alexandre Monteiro tem 21 anos de idade e joga desde 1994. Foi vendo seu pai e o irmão mais velho que o jovem jogador de futsal largou o salão pela mesa e não desapontou. Foi várias vezes campeão estadual, vice-campeão brasileiro individual, terceiro por equipes em Jogos da Juventude, ganhou etapas de Copa Brasil e outros títulos mais. Recentemente, foi campeão da Copa Brasil de Fortaleza.
Confira a entrevista para conhecer um pouquinho mais do mesatenista cearense.
Você sente-se pressionado por ser irmão de Thiago Monteiro, o mesatenista brasileiro melhor colocado no ranking mundial?
Nem um pouco. Eu jogo campeonatos brasileiros desde nove anos de idade e acredito que não seja conhecido apenas como irmão do Thiago. Dele eu só sinto orgulho, não pressão.
Como é a sua rotina?
Eu curso Ciências Biológicas na Universidade Federal do Ceará. No período de aulas vou para faculdade de manhã e de tarde. Então treino à noite nas segundas, quartas e sextas-feiras. Eventualmente vou jogar partidas no sábado. Agora, neste período de férias, eu tenho aproveitado para treinar todo dia, desde a primeira semana de janeiro.
Então você praticamente não tem férias, já que aproveita para intensificar os treinos?
Eu optei por treinar mais agora por que vou ter que diminuir na época de aulas, mas nas férias eu não deixo de fazer outras coisas porque estou treinando mais. Eu saio, vou à praia, tudo normal.
E qual o seu foco principal?
Eu jogo porque amo tênis de mesa, só por isso. Não tenho como objetivo ser profissional ou chegar na Seleção Brasileira. Eu já passei dois ou três anos sem treinar e vi como o esporte me faz falta. Meu foco é terminar a faculdade, tentar algum mestrado em breve e continuar jogando e treinando quando der. Participar de algumas etapas da Copa Brasil aqui no Nordeste e tentar ir para o brasileiro todo ano.
E no Carnaval, vai para um pouquinhos os treinos e relaxar?
Devo viajar para uma praia chamada Morro Branco, a uns 150 km de Fortaleza. Vou ficar numa casa com alguns amigos. Devo voltar aos treinos logo depois. A partir do dia 18 voltam minhas aulas, aí eu fico treinando menos.
Qais seus planos para 2008?
Primeiro eu estou esperando definir os locais das Copas Brasil para 2008, espero participar de todas as etapas na minha região (centro-norte-nordeste) e jogar o brasileiro. Em Vitória eu fiquei nas quartas de final depois de fazer 10-8 no quinto e decisivo set. Quero tentar melhorar essa posição do final do ano. É difícil, pois vai ser meu primeiro ano como absoluto, mas vou treinar para fazer meu melhor, dentro das minhas possibilidades.
O que você tem a dizer do seu irmão?
O que eu digo todo dia é para que ele seja feliz fazendo o que gosta e que, independente de chegar a ser campeão do mundo etc., ele já é um privilegiado por estar jogando em uma das melhores ligas do mundo e jogando de igual contra caras que a gente assistia em vídeos aqui em casa. Então é deixar as coisas acontecerem sem criar expectativa e quando ele vier aqui, nossas pranchas estão esperando para caírem no mar.
Os agradecimentos, para finalizar.
Agradeço aos meus pais por nos introduzir no meio esportivo, ao meu irmão que sempre me ajuda com materiais, ao pessoal do meu clube, Paulo Molitor (técnico), Tiago Goes e Antônio Carlos (parceiros de treino). E, ainda, a todos meus amigos e minha namorada que, com ou sem tênis de mesa, estão sempre ao meu lado.
