Por CBTM
A delegação brasileira paraolímpica irá levar três técnicos para os Jogos Olímpicos de Beijing, em setembro, na China. São eles Luiz Vilani, José Ricardo Rizzone e Celso Toshimi Nakashima. Confira a entrevista com o mineiro Vilani, de 32 anos de idade, sobre sua participação nos Jogos. Nos dias seguintes você irá conferir a mesma entrevista realizada com Nakashima e Rizzone.
O que você espera dos Jogos Paralímpicos de Beijing?
Tive a oportunidade de participar do 9° Congresso Científico da ITTF em Shanghai, em 2005, realizado paralelamente ao Campeonato Mundial de Tênis de Mesa. Na oportunidade acompanhei a delegação brasileira comandada pelo técnico Marles Martins. Lembro como se fosse hoje o entusiasmo da população chinesa, o assédio a todos os atletas e que a cobertura da mídia era intensa. Thiago Monteiro foi o grande destaque da equipe nacional, sendo considerado um ídolo para os chineses por ter eliminado, na Copa do Mundo do ano anterior, 2004, o algoz da equipe chinesa nos Jogos Olímpicos de Atenas, o coreano Ryu Seung Min.
Para os chineses, Thiago era praticamente um herói por ter lavado a alma do país. Tenho certeza que nas Olimpíadas e Paraolimpíadas de Beijing, o Tênis de Mesa será um grande sucesso. Espero que o carisma que o Thiago tem na China reflita no apoio também aos atletas Paralímpicos brasileiros. Será uma satisfação enorme retornar á China para representar o país, mas dessa vez junto aos atletas na mesa
Como será a preparação dos paratletas nos Jogos da China?
Tivemos um trabalho intenso na preparação e durante os Jogos Parapanamericanos. Posso afirmar apenas que a união desta comissão técnica e dos demais membros com quem trabalhamos no Parapan foi um dos pontos fortes para dar o devido suporte aos atletas e permitir a melhor campanha do Brasil nesses Jogos e o recorde de atletas classificados para os Jogos Paralímpicos.
Tenho certeza que esse mesmo clima se manterá na preparação de nossos atletas e no trabalho durante os Jogos. Temos um ótimo entrosamento e confiamos muito uns nos outros, trocamos idéias e compartilhamos experiências constantemente. A delegação de funções específicas deve ser estabelecida pela coordenação, considerando o potencial e perfil de cada um, mas o mais importante é que todos estejam cientes que o papel de cada é fundamental para o sucesso do grupo.
Foi assim no Parapan, acredito muito no nosso trabalho, mas principalmente no potencial de nossos atletas, se mantivermos a credibilidade depositada nesta comissão, tenho certeza que os atletas conseguirão a devida tranqüilidade e confiança para o melhor desempenho possível.
Você já tem experiência em Jogos Paralímpicos?
Ainda não tenho experiência, mas tenho aproveitado nos últimos oito anos para sugar um pouco a experiência do psicólogo Dietmar Samulski, orientador do meu mestrado, amigo e colega na UFMG e que já chefiou a equipe de psicólogos do CPB nas duas últimas Paraolimpíadas.