Por CBTM
Após a realização do maior evento de tênis de mesa do mundo, o 49º Campeonato Mundial, que aconteceu em Guangzhou, na China, e terminou dia 2 de março, o técnico da Seleção Brasileira feminina adulta, Lincon Yasuda, conta um pouco sobre o desempenho da equipe que terminou em 45º lugar e é formada por Mariany Nonaka, Cláudia Ikeizumi, Karin Sako e Carina Murashige.
1. Qual análise que você faz sobre os jogos da Seleção feminina?
Apesar da colocação final não transparecer, a equipe toda apresentou um bom nível, as quatro estão jogando bem em relação aos mundiais passados. A quantidade de erros fáceis diminuiu sensivelmente, o que indica evolução, visto que esses eram nossa principal falha em jogos internacionais.
O resultado foi frustrante, porque lideramos os placares contra Grécia, Bulgária e Luxemburgo, faltou muito pouco para disputarmos as primeiras posições. Na primeira rodada de definição de posições, perdemos a Mariany contra o Egito. Ela sentiu-se mal e nem chegou em condições de treinar antes do jogo, o que impossibilitou sua escalação. Sem dúvida fez muita falta.
De todo modo, as demais tinham nível para vencer, não poderiam sair derrotadas desse jogo. Faltou um pouco mais de calma e experiência para lidar contra esse novo tipo de pressão. Com a Mari de volta, vencemos dois jogos importantes contra Chile e Nigéria, o que mostrou que não era ali o nosso lugar, tínhamos time e condições técnicas de brigarmos por melhores posições.
2. Fale um pouco sobre cada uma das mesatenistas da Seleção Brasileira adulta.
Mariany: foi sem dúvida a nossa principal jogadora. Assumiu a liderança do grupo, correspondendo plenamente as expectativas traçadas. Foi muito bem aceita pelo grupo. Conversamos bastante durante essas duas semanas, foram diálogos esclarecedores e isso ajudou muito seu desempenho. Se mantiver esse nível mental e procurar sempre crescimento dentro disso, vai melhorar muito ainda.
Cláudia: jogadora bem disciplinada na parte tática, sempre jogando com muita garra. A posição de segunda jogadora nunca é fácil, porque começa jogando contra a melhor do adversário e sempre vai decidir o 2x2. Mas, jogou muito bem, com alto nível de disputa, tem a minha confiança e de todo o time.
Karin: alternou bons momentos com horas difíceis. Teve seu melhor momento na partida contra a Grécia, quando derrotou Cristina Fili, e contra o Chile, quando não tomou conhecimento de Melita Yanez. Ela teve um bom nível, jogando sempre com regularidade.
Carina: disputou muito firme todos os seus jogos. Quase derrotou a Berta do Chile e teve seu melhor momento na segunda partida contra o Egito ao vencer seus dois jogos. Suportou por diversas vezes momentos de pressão e placares adversos, correndo atrás, aguentando e virando partidas.
3. O que deve melhorar?
Em geral na parte técnica, precisamos desenvolver armas para finalizar pontos. Variações, ataques mais potentes, serviços mais efetivos. Foi a nossa maior dificuldade nesse mundial. Como havia dito antes, já não damos mais tantos pontos fáceis, mas, em determinados momentos, nossas meninas disputavam, mas não conquistavam os pontos.
As partes psicológica e física precisam evoluir, caminhar juntas com a técnica. Elas precisam ter consciência disso sempre, porque se um desses aspectos falha, todo o restante fica limitado.
4. Como você sentiu a Seleção feminina a partir do Mundial?
Senti uma unidade muito forte, as atletas procurando se ajudar a todo instante. Isso é importante se pensarmos em desenvolvimento em longo prazo. Para construirmos um feminino de alto nível, dependemos de trabalho de gerações, cada uma deixando o seu legado sobre alicerces firmes e de princípios.
5. A partir do Mundial, como você acha que elas devem se sair no Pré-Olímpico?
O Pré-Olímpico será muito difícil. Existe um equilíbrio muito grande, chinesas vindo pela República Dominicana e atletas de muita experiência dos outros países. Todas as brasileiras têm todas condições de conquistar uma vaga. Mas, como havia dito antes, vamos depender muito do fator emocional delas. Se essa parte estiver muito bem, sob controle, as nossas possibilidades serão boas.