Por CBTM
Corria o ano de 1976 quando Maurício Yoshiaki Kobayashi, 58, começou a treinar o pequeno Hugo Hoyama, então com 7 anos, no Palestra de São Bernardo do Campo. E foi como treinador que Kobayashi ganhou fama, sobretudo de disciplinador. "Sendo uma criança de 7 anos, ficava assustado com a linha de trabalho dele", comenta Hoyama em seu site oficial. Maurício não nega sua metodologia de trabalho. "Ele já tinha talento quando veio para cá", comenta, referindo-se a Hugo, octacampeão pan-americano e atual recordista de medalhas de ouro. "Por isso, como tínhamos o objetivo de chegar em níveis internacionais, programávamos treinos puxados, do tipo regime militar", conta. Técnico da seleção brasileira adulta entre 1980 e 1993 e , ele também não esconde que punia seus pupilos, caso fossem superados pelos adversários por uma margem de pontos superior à estipulada por ele. Fazia-os, por exemplo, correr por meia hora, ou intensificava os treinos de pernas. "Isso era um teste para ver se eles realmente queriam chegar num nível internacional", relembra. Engana-se, no entanto, quem imagina que o estilo general tenha lhe criado a inimizade de Hoyama. "Na época, nosso relacionamento era mais ou menos de pai e filho, porque eu tinha de cuidar não apenas dos treinos, mas também dos estudos em geral", comenta. "Hoje, somos grandes amigos", afirma Mauricio.
Natural de Andradina (SP), o nikkei abandonou os cursos de física e engenharia para dedicar-se ao tênis de mesa. Primeiramente como atleta, a partir dos 17 anos, e, desde o início da década de 70, como técnico.
Atualmente técnico da prefeitura de São Bernardo e da seleção infantil feminina, Kobayashi também treinou o heptacampeão pan-americano Cláudio Kano - morto em um acidente de motocicleta em 1996. Ele admite que diminuiu o ritmo dos treinamentos, mas não deixou de ser exigente.