Por CBTM
A Universidade Santa Cecília (Unisanta) tem dez atletas e três técnicos garantidos em Pequim. Entre eles está Carolina Maldonado, líder do ranking brasileiro e das Américas no Paralímpico em sua categoria, a Classe 9 (para deficientes mínimos nos membros inferiores) e Top 10 do ranking mundial.
Mesatenista desde 1992, Carolina iniciou no esporte com o treinador do Tênis de Mesa do Santos FC/Estrela de Ouro/Fupes, Ricardo Dantas. Em 2002, um grave acidente de moto a deixou com uma deficiência na perna esquerda, que limita a flexão do joelho. A atleta chegou inclusive a passar alguns dias em coma.
A jogadora, entretanto, mostrou ser exemplo de superação. Mesmo após os problemas, voltou a praticar o esporte, chegando hoje ao patamar de melhor do Brasil e de top 5 do mundo.
Carolina já tem importantes conquistas no meio Paralímpico, como as duas medalhas de ouro obtidas no Campeonato Pan-Americano da modalidade em 2005, disputado em Mar del Plata (Argentina) e outros dois ouros nos Jogos Mundiais / Tributo à Paz, competição realizada no Rio de Janeiro.
Carolina também costuma jogar os torneios do Tênis de Mesa convencional, tendo participado de competições regionais e estaduais.
Entrevista com Carolina Maldonado
Qual a diferença desta clinica com a clínica passada?
Neste ano vim buscar ritmo e se preparar melhor para os Jogos Para-Olimpicos de Pequim em Setembro. A regularidade e o nível dos atletas de Marília, que trabalham com muito efeito (giro da bola) e velocidade foi um dos pontos fortes para que fizesse uma boa preparação para Pequim.
No Brasil não é habito fazer treinos de multi-bolas?
Já conheço há muito tempo. Mas procuro treinar diariamente. Pedi para meu treinador (Luiz Fernando) vir para Marília ver como eram os treinamentos aqui. Agora tenho certeza que meu treinador assimilou e continuará dando seqüência deste trabalho em Santos.
O professor Nelson Machado introduziu as palestras na clinica. O que você achou?
Isso era uma coisa que não existia e é muito válido, pois são temas mais recentes na modalidade.
Quais seus objetivos no Tênis de Mesa?
Não quero perder o foco no alto rendimento. Estou me preparando para tentar buscar uma medalha nestes Jogos Para-Olimpicos em Pequim. Depois quero terminar minha faculdade de educação física e me dedicar ao ensinamento do Tênis de Mesa Paralímpico.
Como Abílio Cruz trabalha com os atletas e os atletas para-olimpicos?
Isso com certeza foi um dos fatores que fez com que eu voltasse para esta clinica em Marília. Faço parte de um grupo que é minoria, mas sempre me senti incluída no grupo. Aqui me sinto bem e sei que faço parte deste grupo.
Em 2009 e 2010 a ADM-Marília irá fazer estágios na Europa. Atletas que participam das clinica em Marília serão convidados. O que você acha da idéia?
Muito bom, pois tenho esse objetivo e idéia de ir para a Europa. Infelizmente ainda hoje no Brasil o atleta tem que mostrar resultados para depois termos apoio. Por isso quero tentar buscar uma medalha em Pequim.