Por CBTM
Um exemplo de vida. Assim pode ser definido Messias Andrade, atleta da Academia Baiana e que disputa a categoria Veterano 60 no Campeonato Brasileiro de Guarulhos, que está sendo realizado desde quinta-feira (14) e vai até o próximo domingo (17).
Com 78 anos, o sergipano Messias tem história no tênis de mesa. Ele começou a praticar a modalidade em 1953, no Flamengo (RJ), aos 26 anos. Ele chegou a fazer parte da Seleção Carioca em 1958, quando o estado com grandes nomes como Batista Borderolli e Pereira Antelo.
Até hoje, Ubiraci da Costa, o Biriba, maior nome do tênis de mesa brasileiro de todos os tempos, se recorda que foi contra Messias que ele realizou sua primeira partida na Cidade Maravilhosa.
Em 1959, aos 33 anos, Messias encerrou a carreira no tênis de mesa porque havia se casado e lhe faltava tempo para se dedicar ao esporte. Depois mais de quase 25 anos, em 1983, mais por insistência das quatro filhas do que por qualquer outra coisa, ele, aos 57 anos, retornou ao esporte.
Mais do que simplesmente uma forma de ocupar a mente, o tênis de mesa também se tornou uma forma de preencher um espaço vazio no coração de Messias. Em 1999, ele ficou viúvo e disse que a modalidade lhe deu grande suporte.
"O tênis de mesa, pra mim, foi um achado. Ele me deu forças para agüentar a dor de perder uma companheira com quem convivi por 38 anos", emociona-se Messias.
Mas essa "força" não a única coisa que a modalidade proporcionou a Messias. "Uma das lições mais bonitas que o tênis de mesa me deu foi o ensinamento de que, tão bonita quanto a vitória, é uma derrota de cabeça erguida."
A única reclamação do experiente atleta vem da falta de adversários de sua idade com quem competir em torneios, nos quais ele enfrenta apenas jogadores na faixa dos 50 ou 60 anos. E ele até incentiva que alguns comecem a praticar a modalidade imediatamente.
"Nunca é tarde para se começar. Para aqueles que já pararam há algum tempo, o importante é se organizar financeiramente e se planejar para praticar novamente o esporte."
Por outro lado, ele disse que a convivência com os jovens que encontra no torneio é muito gratificante. "Se por um lado a gente pode contribuir para a formação deles com nossa experiência, pelo outro a gente aprende muito com a força da juventude que eles trazem."
"Sou muito saudável por causa do tênis de mesa. Quando fui diagnosticado com labirintite, meu médico disse que era muito bom que eu continuasse ativo e que eu permanecesse praticando. Por isso vou continuar até onde meu corpo permitir", falou o jogador sobre algumas dos benefícios trazidos pelo esporte.