Por CBTM
A arbitragem brasileira acaba de ganhar uma nova Blue Badge (nome dado pela ITTF para os árbitros da elite internacional). Maria José Ferrer Ferreira, mais conhecida como Musa, é a segunda árbitra a conquistar o status. Antes, Leonor Demário era a única. As duas também conseguiram, após a realização dos Jogos Parapan-Americanos, o direito de arbitrar mundialmente no tênis de mesa adaptado.
O processo de Musa teve início em 2003, quando ocorreu no Chile o Campeonato Mundial Juvenil. Depois disso, a árbitra teve que conseguir nota máxima em quatro provas práticas. A última avaliação de Musa ocorreu em grande estilo, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
- O avaliador da ITTF veio ao Brasil com todo o esforço da CBTM com o propósito de me oferecer a chance de fechar o processo de avaliação prática - explica Musa.
Semana passada ocorreu a prova oral e a brasileira já está confirmada como Blue Badge.
Abaixo uma entrevista com as duas principais árbitras do Brasil:
CBTM - Qual a importância para a arbitragem do tênis de mesa brasileiro dessa
conquista?
Leonor: Essa conquista representa o empenho pessoal de cada árbitro em continuar se atualizando e também da CBTM em incentivar nossas participações internacionais. Em termos nacionais reforça o alto nível da arbitragem brasileira e a possibilidade de seguirmos nos capacitando para novos desafios.
Musa: Para a arbitragem brasileira fica claro como os árbitros, na busca de níveis internacionais de atuação cada vez mais alto, levam a sério o papel de serem os avaliadores da performance dos atletas no que se refere não só ao cumprimento das regras do Tênis de Mesa como também à cobrança de um comportamento competitivo mas com fairplay para o bem do esporte. Com a CBTM atingindo a marca de possuir em seu quadro de arbitragem dois árbitros Blue Badge e estar estudando formas de incluir mais árbitros internacionais neste rol de excelência da arbitragem da ITTF, mostra que esta conquista só tem a somar no crescimento e melhoramento de atuação de todos os árbitros nacionais.
CBTM - E para o Brasil, qual a importância internacionalmente. O país ganha força na ITTF?
Leonor: Não há dúvida que o Brasil tem uma melhor visualização internacional. Os árbitros 'blue badge' ganham sim um destaque em termos internacionais uma vez que passam a ter preferência nas convocações para Jogos Olímpicos, Copas e Campeonatos Mundiais.
Musa: Na sequência do meu pensamento, informo que frente ao Comitê de Árbitros e Referees da ITTF o Brasil é visto como possuidor de árbitros de alto nível, já provado pela insígnia de Blue Badge outorgada a dois deles, Assim, mais do que nunca vemos o Brasil à frente da América Latina, apto a oferecer árbitros para eventos mundiais, mostrando toda sua importância internacional e força junto à ITTF.
CBTM - No esporte, onde as mulheres levaram tantas décadas para conquistar o seu espaço, como vocês se sentem com mais este pionerismo?
Leonor: Acho que nos sentimos orgulhosas em poder participar das conquistas e avanços da nossa sociedade, especialmente na área esportiva.
Musa: Pessoalmente, não gosto de rótulos para equiparar mulheres/homens em assuntos profissionais, porque acima de tudo, neste aspecto, estamos todos cientes que, o que importa é a eficiência do profissional, sua experiência na função, independente se homens/mulheres. Sendo assim, em uma competição os olhos da platéia estão voltados para os atletas pois anseiam por assistirem a um bom jogo de TM, eles sim são os protagonistas do evento, e ao árbitro, se mulher ou homem, cabe tão somente fazer o seu papel, e bem.
CBTM - Leonor, no Brasil muitos eventos a arbitragem ficam sob seu comando. Como você se sente e vê esses novos eventos promovidos pela CBTM, com pesquisas e sempre com a busca da melhora para expectadores e jogadores?
Leonor: Tem sido um privilégio poder atuar como 'comandante' de vários grupos de árbitros pelo Brasil afora; eu tenho aprendido muito com eles e espero que eu tenha conseguido deixar alguma mensagem positiva para todos também. Tenho conversado bastante com a CBTM justamente no sentido de melhorarmos nosso padrão de atuação e vejo que as avaliações e pesquisas tem ajudado bastante nesse sentido.