Por CBTM
Thiago Monteiro deu uma entrevista esta semana ao editor-assistente da Revista A+ (do jornal LANCE!), Marcel Merquizo.
Entre tantos assuntos, o Top-100 do mundo falou de sua rotina na França (Thiago joga no time Bayard Argentan) e comparou o tênis de mesa praticado nas ligas européia e asiática.
Onde você está morando atualmente?
Eu moro em Argentan, na França. É uma cidade pequena situada a duas horas de Paris, na região da Normandia. Eu também divido um apartamento na cidade alemã de Ochsenhausen, onde eu faço alguns "training camps" com os atletas locais.
Quanto tempo já está no exterior?
Estou no exterior desde a metade de 1999. Então vão completar sete anos.
Em quantos lugares diferentes já morou? E qual o seu preferido?
Contando com a minha cidade natal, Fortaleza, já morei em Piracicaba-SP, Eslov e Boras (Suécia), Karlshue e Ochsenhausen (Alemanha) e Argentan (França). Com certeza meu local preferido é Fortaleza!
Qual a grande diferença em morar e treinar fora do
Brasil?
A grande diferença de morar fora do Brasil é poder treinar e jogar com jogadores profissionais e poder viver exclusivamente para o tênis de mesa. No Brasil o nível de treinamento é um pouco inferior e o volume de jogadores fortes também é menor.
Na França e na Alemanha existem grandes ligas profissionais de tênis de mesa, e participando delas eu estou em evolução constante. O grande problema é viver longe da família e sem a comida brasileira.
Por que você não escolheu Japão, China ou algum país asiático? Não é para onde os mesa-tenistas costumam ir treinar?
É mais complicado morar na Ásia devido a cultura, língua e alimentação serem totalmente diferentes da nossa, brasileira. Na Europa existem ligas com grandes jogadores, inclusive asiáticos, participando. Então não deve nada à Ásia nesse quesito. Além de que na China, Coréia e Japão o círculo é muito fechado para os jogadores locais. O Japão vem sofrendo com a falta de grandes jogadores e ultimamente estão surgindo jovens expoentes japoneses com força total, mas esse grupo de jovens todo mora na Alemanha e são comandados por um técnico croata!
Mas é sempre bom fazer estágios técnicos, principalmente na China e na Coréia do Sul, coisa que eu gostaria de fazer esse ano.
Você acabou de voltar ao Top-100, qual a próxima meta? Vai continuar no exterior para isso?
A minha próxima meta é continuar essa evolução no Ranking e jogar o maior número de eventos do circuito mundial para isso. Tentar me manter fisicamente bem pra evitar contusões e estar sempre preparado para as competições junto à seleção brasileira. Com certeza continuarei no exterior para buscar o alto nível, é essencial jogar fora do país pra chegar entre os melhores.
Você mora sozinho? Quais as dificuldades de viver em uma nova cultura?
Em Argentan eu moro com a minha namorada, que é francesa, e na Alemanha eu divido um apartamento com um jogador português, mas a maior parte do tempo eu fico viajando! As dificuldades não são tantas agora, pois já estou mais bem adaptado ao clima, comida, modo de vida e à língua, pois estou na França desde setembro de 2001. Mas logo quando eu cheguei à Suécia, eu sofri bastante com a língua e com o clima, mas a cultura em si não é tão difícil, pois eu vivo no meio do esporte e todo mundo faz as mesmas coisas, treinar, jogar, treinar, viajar...
Do que você mais sente saudade (além da família, é claro)?
Além da família, sinto muita falta do clima de Fortaleza, da praia e da comida também.
Você convive com brasileiros ou atletas de outros países?
Convivo mais com atletas de outros países, mas estou sempre junto com os brasileiros nos torneios internacionais.