Notícia

BATE-BOLA COM CARLOS ARTHUR NUZMAN

Por CBTM

26/12/2006 10h40


Faltando 199 dias para o início dos Jogos Pan Americanos de 2007, o site Globoesporte.com conseguiu uma entrevista com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.

Como o senhor avalia o andamento das obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007? 

CARLOS ARTHUR NUZMAN - Todas as grandes obras para os Jogos Pan-Americanos estão em andamento e temos todas as garantias das três entidades governamentais (Municipal, Estadual e Federal), inclusive técnicas, de que tudo estará pronto a tempo.

Mais de 50% das competições dos Jogos acontecerão em instalações temporárias, seguindo recomendação do Comitê Olímpico Internacional (COI). Portanto, todas as instalações que estão sendo construídas para os Jogos objetivam a geração de legados que poderão capacitar o Brasil a receber, futuramente, outros eventos esportivos internacionais. No Engenho de Dentro está em construção o Estádio João Havelange, de nível olímpico, que receberá competições de atletismo durante o Rio 2007.

A Lagoa Rodrigo de Freitas (canoagem, remo e esqui aquático) está sendo dragada, qualificando-a para receber outros grandes eventos internacionais. Há também a reforma do Complexo Esportivo do Maracanã, o que inclui as reformas do Estádio do Maracanã (futebol), do Maracanãzinho (voleibol) e do Parque Aquático Júlio Delamare (pólo aquático), que recentemente recebeu o I Mundial Júnior de Natação.

Em Deodoro, na Vila Militar, está sendo construído o Complexo Esportivo de Deodoro, que receberá as competições de hipismo, tiro esportivo, hóquei sobre grama, tiro com arco (instalações temporárias) e pentatlo moderno. O Centro Nacional de Hipismo e o Centro Nacional de Tiro Esportivo são instalações também de nível olímpico e sem similares em toda a América Latina. Estão também sendo construídos um campo de hóquei sobre grama e uma piscina para a disputa do pentatlo moderno.

Também em construção, o Complexo Esportivo do Autódromo é formado por uma Arena Multiuso, que abrigará durante os Jogos Pan-americanos Rio 2007 as competições de basquete e ginástica artística, um parque aquático, para as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais e um velódromo para o ciclismo de pista e patinação de velocidade. Todas estas instalações serão de nível olímpico, habilitadas a receber qualquer tipo de evento destas modalidades no futuro.

O Centro de Convenções do Riocentro está sendo requalificado, com a instalação de ar condicionado, gradeamento e tratamento de esgoto. No Riocentro acontecerão as competições de boxe, esgrima, handebol, ginástica rítmica e de trampolim, badminton, judô, lutas, tênis de mesa, futsal, taekwondo e levantamento de peso. Com as reformas, o Riocentro estará posicionado como um dos mais modernos centros de convenções de nosso continente. Por fim, a Marina da Glória será reformada para as provas de vela.

Qual a maior preocupação da organização para esta reta final de preparativos para o Pan?

NUZMAN - Nosso maior desafio é manter, nesta reta final, o comprometimento de todos os envolvidos neste projeto. Os Jogos Pan-Americanos Rio-2007 são o maior evento esportivo das Américas, com a participação de 42 países, 5.500 atletas, 34 esportes, 330 eventos, divididos em 17 dias. O Brasil nunca sediou um evento desta dimensão.

O senhor julga que o Rio de Janeiro está, hoje, preparado para receber um evento como o Pan? Houve avanços em relação à data em que a cidade foi escolhida para sediar a competição?

NUZMAN - Através dos Jogos, estamos desenvolvendo a capacidade da cidade de sediar grandes eventos internacionais, como a ECO-92 e a Cimeira 94. Com o planejamento realizado e o apoio dos três níveis de governo, o Rio de Janeiro estará pronto para receber em 2007 o maior evento esportivo da história do Brasil.

Como está a preparação dos atletas brasileiros para os Jogos? O senhor tem conversado com as confederações?

NUZMAN - A preparação dos atletas brasileiros está seguindo o planejamento elaborado com as confederações. Os recursos provenientes da Lei Agnelo-Piva estão proporcionando uma preparação inédita em termos de Jogos Pan-Americanos.

O diálogo entre o Comitê Olímpico Brasileiro e as Confederações Brasileiras é constante. Por exemplo, em cada competição internacional observamos os principais adversários entre os competidores das Américas. Fazemos este levantamento desde os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo em 2003, passando pelos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, Jogos Sul-Americanos de Buenos Aires em 2006, recém encerrados, e os campeonatos pan-americanos e mundiais das modalidades. Esse levantamento é passado para as confederações, que também fazem o seu próprio controle.

Temos um mapeamento completo de todos os esportes e todos os resultados de competições com possíveis atletas dos outros 41 países que estarão no Pan do Rio. Com base nesses levantamentos, fazemos nossas avaliações, em conjunto com as comissões técnicas de cada modalidade.

O senhor é um homem do vôlei. Como vê a ascensão do esporte nos últimos anos? O que o Brasil pode esperar do vôlei na próxima década?

NUZMAN - Vejo a ascensão do vôlei com muita alegria e me sinto orgulhoso de ter participado dos três estágios da modalidade no Brasil. Desde a participação nos Jogos Olímpicos Tóquio em 1964, quando atuei como atleta, muita coisa mudou no vôlei brasileiro. Pude participar, como presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, da construção do período vitorioso desta modalidade no Brasil e da consolidação de duas gerações vitoriosas, a de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 e a primeira geração de medalhistas de ouro, nos Jogos Olímpicos Barcelona em 1992, além da conquista da primeira medalha de ouro olímpica feminina do Brasil, no vôlei de praia.

Em todas as oportunidades, desde o tempo de atleta até hoje, a emoção foi a mesma. Como brasileiro, tenho tido grandes alegrias com o desempenho do nosso vôlei. Vejo este sucesso como uma prova da administração eficiente que tem sido feita na CBV e o trabalho de alto nível de atletas e comissões técnicas. É mais um estímulo para as crianças e jovens se interessarem pelo esporte e, assim, trilharem um caminho de vida saudável, longe das drogas e da marginalidade.

A seriedade e o trabalho dedicado em todas as divisões de base do vôlei podem proporcionar mais vitórias e conquistas pelos próximos anos.

Houve boatos de que as cidades de Houston e de Santo Domingo estariam de sobreaviso para, caso as obras no Rio não fossem concluídas a tempo, uma das duas assumisse o Pan em caráter emergencial. Isso é possível?

NUZMAN - Não. A cidade do Rio de Janeiro é a cidade sede dos XV Jogos Pan-Americanos, conforme eleição realizada em 24 de agosto de 2002. Nossa vitória aconteceu com a maior margem de votos já obtida numa disputa para sede de Jogos Pan-americanos. Além disso, estamos certos de que a ODEPA confia no trabalho realizado pelo Comitê Organizador.

Que esporte o senhor considera que pode surpreender nos Jogos e dar uma grande alegria ao Brasil?

NUZMAN - Não gostaria de destacar uma modalidade específica, já que estamos fazendo um trabalho visando o desenvolvimento do esporte brasileiro como um todo. Para o COB, o mais importante é que todas as modalidades estão evoluindo tecnicamente.

Existe uma meta estipulada quanto ao número de medalhas que o Brasil poderia conquistar em 2007? Foi feito algum planejamento em cima desta meta, caso haja?

NUZMAN - Nosso objetivo é chegar na terceira colocação nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007. Com certeza não será uma tarefa fácil, já que alguns países da América do Sul vêm demonstrando uma boa evolução técnica em vários esportes e, além disso, teremos adversários tradicionais como os Estados Unidos, Canadá, Cuba e México. Como já foi dito, o levantamento dos adversários e possibilidades do Brasil vem sendo feitos constantemente.

O senhor passou, no fim de 2004, por uma cirurgia coronariana. Esse problema de saúde o desacelerou ou motivou ainda mais? Como o senhor está preparando o coração para o Pan?

NUZMAN - Estou me sentindo muito bem, com absoluta alta médica desde 2005. Portanto, estou pronto para receber os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 em perfeita condição de saúde. A cada hora que passa cresce o entusiasmo para ver a festa que o povo brasileiro fará para receber o Rio 2007. A festa será completa com a participação dos nossos atletas. Estou ansioso e feliz.

Analisando críticas e comentários feitos nos últimos anos sobre a organização do Pan, existe alguém (ou alguma entidade) a quem o senhor daria uma medalha de lata, ou uma nota zero? E uma medalha de ouro, ou uma nota 10?

NUZMAN - Podemos destacar o grande envolvimento e comprometimento demonstrado pelos três entes governamentais até aqui, o que é muito importante para viabilizar o projeto. E de toda a sociedade brasileira, que se envolveu com os Jogos e apóia sua realização.

 

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