Por CBTM
Disputar um Campeonato Brasileiro exige treino, vontade e, principalmente, concentração. Para metade dos jogadores que vieram a Guarulhos representar a delegação gaúcha, com certeza essa tarefa será duplamente difícil.
A razão disso tem nome e, principalmente, cor: Sport Club Internacional, a paixão futebolística da metade vermelha do Rio Grande do Sul. Com a final do Campeonato Mundial de Clubes, contra o Barcelona, marcada para amanhã (domingo, dia 17 de dezembro, em partida a ser realizada no Japão às 8h20), o fanatismo pelo Inter aumentará ainda mais.
Por isso, talvez uma das perguntas mais "maldosas" a se fazer para eles entre os dias 14 e 17 de dezembro (dias em que se realizam a competição) seja: "Ser campeão brasileiro ou ver o Inter ser campeão mundial: o que você prefere?"
Apesar da grande paixão pelo tênis de mesa, a maioria dos colorados relutam um pouco, mas não demoram a dizer que preferiam ver seu time campeão da competição mais importante do Mundo do esporte Nº1 do Brasil.
Talvez o maior símbolo desse dilema seja Jorge Fanck, que disputou a categoria Juventude Masculino representando o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro de Seleções, que está sendo organizado
"Ser campeão Mundial ou Brasileiro? Essa é a pergunta mais difícil do mundo hoje. Acho que o Colorado sendo campeão do Mundo me daria mais alegria hoje, até porque eu sei que vou ganhar o Brasileiro do ano que vem (risos)", responde bem-humorado.
Por outro lado, João Fonseca - um típico gaúcho, desde o sotaque até o chimarrão (típica bebida do estado) na mão -, acompanhado pelo xará João Roberto e Eduardo Melo, responde sem titubear: "É claro que prefiro ver o Inter campeão mundial."
Talvez o caso mais engraçado seja o da família Karnal, que veio representada por Cezar (pai), Guilherme e Camila (filhos). Os dois primeiros são colorados, mas divergem nas respostas: enquanto Cezar diz que prefere ver o filho campeão do Pré-Mirim Masculino, Guilherme não disfarça (nem na frente do pai) que prefere comemorar a conquista vermelha no Oriente.
Rivalidade - Como não poderia deixar de ser, a metade tricolor do Rio Grande do Sul não deixou de comparecer ao torneio e nem de secar o arqui-rival. Camila Karnal, irmã de Guilherme e filha de Cezar, é gremista e nem se preocupa em demonstrar companheirismo para o resto da família.
"No domingo, o Barcelona é o Brasil no Mundial", diz (parodiando um famoso, e chato, narrador da Globo) a torcedora do Grêmio, que disputou o Mirim Feminino no Brasileiro.
Outro torcedor do Tricolor Gaúcho (campeão Mundial em 1983) que vai ser barcelonista por um dia nesse domingo é João Carlos Irigoyen; e ele já tem uma desculpa - que não a rivalidade - para justificar a escolha.
"O melhor jogador do Barcelona é quem? Ronaldinho Gaúcho, óbvio. De onde ele é? Do Brasil. E em que time de time ele jogou? Grêmio. É pura afinidade", ironiza o presidente da Federação Gaúcha de Tênis de Mesa.