Por CBTM
Você pode gostar deles ou você pode até odiá-los. Mas é impossível deixar de notar essas figuras no Campeonato Brasileiro de Guarulhos, que está sendo realizado desde ontem (quarta-feira, 14) e vai até o domingo (17), no ginásio poliesportivo Paschoal Thomeu.
Quando estão torcendo por alguém, o gerente comercial Gabriel Pinheiro Pereira e a turma que veio de Goiás se tornam uma atração à parte.
Pandeiro - No Brasil, nada mais natural que ter um pandeiro à mão durante uma roda de samba. Os goianos da AGM, porém, resolveram trazer o instrumento para o cotidiano do tênis de mesa.
Os mais agitados da turma são Valdineis Medeiros, Henrique Hirako e Renato Afonso. Os dois primeiros, inclusive, são os donos dos dois pandeiros que a torcida de Goiás trouxe a São Paulo.
"Qual é a graça de uma torcida que não agita?", pergunta Valdineis, que diz todos os goianos concordam e pedem para trazer o objeto. "Já é uma tradição nossa. Muitos ficam incomodados e alguns já pediram para a gente parar", completou.
Para Hirako e Renato Afonso, o desempenho dos atletas até melhora por causa do barulho do pandeiro. Desde o ano passado que os garotos levam o instrumento, que não é utilizado para acompanhar músicas fora do local de jogo ("é que ando estamos no hotel, queremos descansar", diz Valdineis).
"Não existe o termo '12º jogador' quando um time tem uma torcida muito apaixonada? Então, somos a '2ª raquete' do nosso jogador", finaliza Hirako.
Paixão - Apaixonante: é assim que Gabriel Pereira se define o tênis de mesa. Sujeito incomum, ele chama atenção pela grande vibração que demonstra por quem torce. Outro traço característico é o protetor que leva no pescoço, por conta de um acidente no trabalho ocorrido há três anos.
É freqüente vê-lo torcendo por seu filho, Gabriel Pereira Júnior, ou por quem é de Santos, cidade natal do gerente comercial, mas Pereira torce para quem pedir para ele.
"A cultura de torcida do brasileiro em relação ao tênis de mesa deveria ser diferente, deveria ser mais parecida com a do futebol. Eu vibro bastante para aumentar a confiança daquele pra quem estou torcendo, mas nunca desrespeitei o adversário", fala o gerente.
Para quem estranha sua forma de torcer, Pereira usa o exemplo outros países para justificar seu jeito. "Na China, por exemplo, a torcida faz muito mais barulho que aqui. Essa forma de torcer aumenta a auto-estima do atleta, que por conseqüência aumente seu nível de jogo, ou seja, torce muito pode ajudar o tênis de mesa do Brasil a crescer", explica.