Por CBTM
Aluno exemplar, filho atencioso e atleta dedicado são apenas algumas das características do filho de dona Eiko Idaka e Martin Tsuboi. Pelo sobrenome já dá para saber que se trata do terceiro colocado do XX Aberto do Brasil, na categoria duplas, Gustavo Tsuboi.
Com uma canhota violenta, Tsuboi desde pequeno já mostrava sua habilidade para o tênis de mesa. Segundo dona Heiko, na primeira vez que competiu, aos 11 anos, já trouxe troféu para casa.
- Ele ganhou um troféu enorme e era tão pequenininho que não conseguia carregar, tivemos que ajudá-lo -, conta Heiko.
Sempre cheio de atividades, o dinâmico Gustavo precisou abdicar de muitas coisas para seguir sua carreira. Kumon (matemática japonesa), inglês, futebol, patins in line, entre outros. Mas, para a alegria de todos, foi o tênis de mesa que o conquistou. De acordo com seus pais, o menino era tão amante do esporte que não desgrudava da raquete.
- Muitas vezes deixamos de viajar para ele treinar e, quando estava em casa ficava batendo tanto a bola na parede que até perdemos o reboco -, conta sua mãe.
O brilho no olhar de seus pais revela o quão orgulhosos são pelo desempenho do atleta. Para eles, incentivar um filho a seguir uma carreira arriscada, sem retorno financeiro, é um pouco complicado. No entanto, a preocupação é recompensada pelo prazer de vê-lo conquistando seu espaço e vivendo seu sonho.
- Não é qualquer pessoa que tem esse dom, não podemos impedí-lo de seguir o seu caminho, de se descobrir. Isso poderia trazer graves consequências, seria uma frustração muito grande para ele -, disse Martin Tsuboi.
Coração de mãe sofre quando o filho cria asas. A dificuldade de se manter no esporte, aqui no Brasil, o levou para a França onde treina há quase um ano. Para Heiko, apesar das preocupações com a alimentação, o conforto, o frio e a adaptação, é muito importante ser indepente, tomar as próprias decisões.
- Sofremos muito quando o Gustavo foi morar no exterior, pois ele sempre teve tudo, sempre teve conforto. Mas é muito bom, ele está mais responsável, toma as próprias decisões, tudo depende dele agora -, comentou Heiko.
Saudade que é aliviada ao vê-lo conquistar o sonho de competir numa Olimpíada. Segundo Martin, Tsuboi dizia que iria participar de um panamericano, não imaginou que ele chegaria tão longe, mas sempre acreditando no talento, na força do seu filho e no que ensinaram.
- É um orgulho muito grande ver a satisfação pessoal dele. Orientamos que tem que ter sempre humildade e respeito pelas pessoas, não adianta ser um vencedor e não ter caráter -, comentou dona Heiko.