Por CBTM
2008 é um ano muito importante para a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). Os dois maiores eventos serão realizados na China, o país excelência no tênis de mesa.
São esses, o Campeonato Mundial na cidade de Guangzhou, que vai acontecer de 24 de fevereiro até dia dois de março, e os Jogos Olímpicos em Beijing, onde o torneio da modalidade será dias 13 a 23 de agosto.
O presidente da ITTF, Adam Sharara, que está no topo da federação desde 1999, fala sobre as Olimpíadas, sobre o desafio de vencer os jogadores de alto nível da China e sobre a importância da promoção no século 21.
Repórter: Senhor Sharara, o que o vem à mente do senhor quando vê os números 2-0-0-8?
Adham Sharara: É claro que a primeira reação é pensar em Beijing e nas Olimpíadas. Essa será uma ocasião muito especial, quando nosso esporte terá uma importante participação nos Jogos, baseado na imensa popularidade desse na China.
R: E o que mais?
AS: Antes dos Jogos Olímpicos, nós teremos o que eu penso que será um esplêndido Campeonato Mundial, em Guangzhou. Eu tenho certeza que esse evento irá marcar um novo início para o futuro dos Campeonatos Mundiais. Nós temos tudo isso, mais os 17 Pro Tur e Circuito Mundial Júnior, que está sempre em crescimento. Será um ano muito excitante.
R: O senhor está bem preparado para todos esses eventos que virão?
AS: Para mim, pessoalmente, isso funciona normalmente. Eu sempre tento liderar a federação numa forma calma e firme e ajudar a achar as soluções corretas para qualquer problema que possa aparecer.
A questão é se nossa equipe está bem preparada para tudo que nos vem vindo. Em minha opinião eles estão. Nós estamos contratando, reorganizando e melhorando continuamente a estrutura da equipe de profissionais para enfrentarmos todos os desafios que virão.
R: Quais coisas serão as mais desafiadoras em 2008?
AS: O maior desafio será saber como melhor usar a oportunidade de estar nos Jogos Olímpicos em Beijing, China, e ter total vantagem do ponto de vista promocional e de marketing. Nós não queremos perder a oportunidade.
R: Alguns fãs estão cansados da dominação dos chineses no tênis de mesa. Então ter os eventos mais importantes na China este ano é para o bem ou para o mal da modalidade?
AS: Eu acho que será bom para o tênis de mesa. É bom ter vários eventos no país que domina o esporte, assim os outros podem ver porque eles são top.
R: Mas sobre a dominação chinesa?
AS: É claro que é muito chato ver sempre a mesma nação ganhando e ganhando. Mas esse é o desafio. Os outros devem melhorar para o desafio e achar novas formas de enfrentar os melhores. Isso já foi feito antes, então porque não fazer agora, novamente.
R: O que você espera, pessoalmente, dos jogadores chineses em 2008 sobre seus desempenhos?
AS: Os chineses dominam o esporte completamente e, antes que seus oponentes achem novas formas de jogar contra eles e vencê-los, a China vai continuar dominando. Você não consegue derrotar um chinês jogando como ele ou jogando como há 10 anos. Por isso os técnicos precisam achar formas inovadoras para lidar com esse desafio.
R: O que você espera da popularidade mundial deles e dos mesmos serem conhecidos como ícones do tênis de mesa?
AS: Na China os jogadores chineses são muito populares, são estrelas. Fora, eles não desempenham o mesmo papel devido, muitas vezes, a falta de conhecimento de línguas estrangeiras e, talvez, devido algumas diferenças culturais.
R: Você já tem uma idéia de como o ano de 2009 será? Tem medo da diminuição de interesse no esporte?
AS: Não, não tenho medo porque tudo acontece em ciclo. Nós teremos uma nova regra de unificação e isso deve agitar as coisas em torno e, talvez, traga novos jogadores à posição de frente. Nos início dos anos 80, a China era onipresente e dominava totalmente, então os suecos foram capazes de mudar a situação. Talvez nós possamos ver algum novo desenvolvimento no futuro.
R: Quais são as coisas mais importantes para desenvolver o tênis de mesa na próxima década?
AS: Nesta era se você não promove, seu produto passa desapercebido. Mas quando consegue atenção, precisa ter um bom produto para sustentar o interesse. Eu conto muito com nosso Programa Global Junior para ajudar a impulsionar nosso esporte para a próxima década.
