Por CBTM
Há quase 50 anos, o empresário brusquense Arthur Schlösser criou os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Um evento que despertava paixões e revelava talentos em diferentes modalidades. Mas, com o passar do tempo, os Jasc já não mobilizam o público da mesma forma e, ao que parece, os dirigentes esportivos. JEAN BALBINOTTIConfiraMunicípios participantes: 95Número de atletas inscritos: 4.561Modalidades em disputa: 26Troféus em disputa: 41Cidades-sedes em 2008: Pomerode,Indaial, Timbó e Rio dos CedrosInvestimento total das cidades: R$ 1,3 milhão - R$ 1 milhão do FundesporteImprensa: 200 profissionais credenciados (30 emissoras de rádio, 17 de tevê, 25 jornais, seis sites especializados e uma revista)Atletas de renome nacional confirmados nos Jasc: Aline Pará e Fabiana Kuestner (handebol) e Josiane Soares (atletismo)Locais de competição de cadamodalidadeTimbó: Tênis de Mesa, Atletismo (M e F), Bocha Sul-Americana (M e F); Bolão 16 (M e F), Natação (M e F), Tiro, Vôlei (M), Vôlei de Areia (M e F), Xadrez (M e F)Indaial: Basquete (M e F), Bolão 23 (M), Ginástica Rítmica, Handebol (M e F), Tênis (M), Pomerode: Bocha rafa (M e F), Bolão 23 (F), Ciclismo, Futebol, Futsal (M e F), Ginástica Artística (M e F), Punhobol, Tiro, Vôlei (F)Rio dos Cedros: Caratê (M e F), Futebol, Judô (M e F), Remo, Triatlo (M e F)Mais informações: www.jasc2008.com.brMunicípios que mais sediaram o eventoJoaçaba: cinco vezesBrusque, Blumenau, Joinville e Chapecó: quatroFlorianópolis, Lages, Concórdia e Itajaí: três
Embora Santa Catarina possua municípios de economia forte e pujante, capazes de formar equipes para competir em condições de igualdade, a história mostra que apenas um deles - Blumenau - aplica recursos e desenvolve um trabalho de base com sabedoria.
Tanto é verdade que em 47 edições dos Jasc, Blumenau faturou o título geral 39 vezes.
- Hoje, o que pesa mais é a qualidade e não a quantidade de atletas que você leva para a competição - afirma Elson Ferreira, presidente da Fundação Municipal de Desportos de Blumenau.
Segundo ele, o município é, hoje, referência nacional na formação de atletas, e, por isso mesmo, chega aos Jasc na condição de favorito. Mas essa situação não agrada ao dirigente. Elson entende que os Jasc precisam de uma revitalização e de uma política esportiva participativa, voltada para a formação de valores.
- Os Jasc precisam ser reestruturados. Precisamos convocar os dirigentes e ouvir opiniões. As coisas não funcionam quando se toma decisões de cima para baixo - salienta.
Só para se ter uma idéia, dos 95 municípios catarinenses classificados para os Jasc deste ano, que serão realizados em Pomerode, Indaial, Timbó e Rio dos Cedros, entre 20 e 29 de novembro, apenas três devem brigar pelas primeiras colocações: Blumenau, Joinville e Florianópolis.
Os demais entram na disputa como meros coadjuvantes. E olha que a favorita Blumenau reduziu em 40% os investimentos neste ano. Como explicar, então, essa falta de combatividade?
- No passado, os Jasc eram a principal competição do ano das cidades. Agora, não. O evento divide espaço e investimento com os Joguinhos Abertos, Olesc e Jogos da Terceira Idade - explica Carlos Israel, gerente técnico da Fundação de Esportes, Eventos e Lazer de Joinville (Felej).
Para ele, uma alternativa para revigorar os Jasc seria realizá-lo na metade do ano, entre os meses de junho e julho, tornando o evento mais atrativo para o público e menos oneroso para as cidades.
O diretor executivo da União de Instituições do Esporte, Educação Física e Lazer (Unesporte/SC), Adalir Pecos Borsatti, entende que a essência dos Jasc está nas suas fases iniciais, quando municípios de menor porte participam do evento.
- Por isso, acredito que os Jasc têm vida longa. Não será o nível técnico que decidirá seu futuro e, sim, a participação dos municípios, que continua sendo expressiva.
( jean.balbinotti@diario.com.br )