Por CBTM
No Brasil, assim como em dezenas de outros países, os motoristas estão acostumados a dirigir do lado direito da pista, a chamada mão francesa. Em outros, no entanto, se utiliza a conhecida mão inglesa. A mudança provocou reações diferentes entre os atletas que participam do Aberto da Inglaterra, em Sheffield.
Mesmo depois de quase uma semana na cidade, ninguém conseguiu se acostumar ainda e todos precisam prestar bastante atenção para evitar acidentes, pois ao atravessar a rua, por exemplo, muitos acabam se esquecendo que estão em um país diferente e olham apenas para o lado de costume.
Desde o primeiro dia, quando a delegação saiu de Manchester para Sheffield em um ônibus da organização, a quebra da rotina gerou cenas curiosas. Quando viu um caminhão vindo no sentido contrário, o atleta Ronaldo Souza, da Classe 2, na mesma hora tentou alertar o grupo e disse:
--- Cuidado, vamos bater! --- mas ao perceber o veículo passando do lado se lembrou que estava na terra da Rainha e todos começaram a rir. Minutos depois, Bruna Alexandre também começou a dar sinais de que alguma coisa estava errada.
--- Estou começando a ficar enjoada. Acho que vou vomitar --- disse, depois de olhar por cerca de 20 minutos os carros passando pelo sentido contrário.
A origem dos termos Mão Inglesa e Mão Francesa vem dos tempos dos cavaleiros na Inglaterra. Como a grande maioria era destra, ao cruzar com outras pessoas fazia sempre pelo lado esquerdo, protegendo assim a sua espada e, ao lutar, como seguravam com a mão direita precisavam manter seus inimigos deste lado, o que exigia que se mantivessem do lado esquerdo da rua.
Por outro lado, na França, uma ordem continental direta de Napoleão obrigou todos a usarem o lado direito. Acontece que, por ser canhoto, com esta nova ordem, o imperador francês poderia assim empunhar sua espada com a mão esquerda sem maiores problemas. Os cocheiros franceses foram também obrigados a passarem assim para o lado esquerdo para que pudessem sempre cruzar com o Imperador do lado "correto".