Por CBTM
Além do reflexo nas competições, a falta de desenvolvimento de certos esportes no Brasil pode afetar o público da Rio-2016.
Levantamento da Folha de São Paulo mostra que 28% dos ingressos dos Jogos de Pequim foram para 17 modalidades em que a China tem pouca ou nenhuma tradição -não ganham medalhas olímpicas há 40 anos.
É verdade que os esportes coletivos têm boa aceitação no Brasil. O futebol concentrou 23% dos bilhetes vendidos no evento chinês. No total, Pequim vendeu cerca de 6 milhões de ingressos --- 94,7% do total comercializado. Em Atenas-2004, só dois terços dos bilhetes foram adquiridos.
Para atingir o sucesso chinês, o Brasil terá de investir na divulgação de modalidades menos conhecidas, dizem dirigentes. Hoje, a TV aberta não exibe nem cobre esses esportes, como o levantamento de peso, o que é apontado por alguns como empecilho para o aumento do número de praticantes.
--- Deveria haver pacote de transmissão com esportes mais e menos atrativos -- afirma o Presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, que lidera grupo que estuda pedir espaço para Globo e Record.
Numa iniciativa já frequente na busca por exposição, confederações bancam a transmissão de eventos.Para uma transmissão ao vivo, pagam R$ 30 mil pelo aluguel de um dia de uma equipe completa de TV.
O COB e o COI já reconheceram a necessidade de criar uma cultura esportiva no Brasil para a Olimpíada. A meta é evitar assentos vazios, pois a falta de divulgação do esporte é responsabilizada por reduzir número de praticantes e público.
--- Há cem levantadores de peso no país, 30 mil na Colômbia, 2 milhões na China e entre 10 milhões e 20 milhões na Rússia --- conta o interventor da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, Amilton Barreto, que cederá lugar ao recém-eleito Ricardo Calmon.
Por isso, confederações associam iniciativas de TV com projetos de massificação do esporte na escola para aumentar o número de praticantes.