Por CBTM
Em 1975, no Rio de Janeiro, o professor Aldo Miccolis criou a Associação Nacional de Desporto de Deficientes - ANDE. O intuito da entidade era agregar os esportes praticados por atletas com todos os tipos de deficiência. Com a fundação do Comitê Paralímpico Internacional - IPC, em 1989, surgiu uma tendência mundial para a criação de Comitês Paralímpicos Nacionais, os National Paralympic Committees (NPCs).
Numa decisão conjunta dos representantes de associações de esporte para deficientes, em 9 de fevereiro de 1995 foi fundado o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) com sede na cidade de Niterói/RJ. O primeiro indicado para a presidência da entidade foi João Batista de Carvalho e Silva.
Junto ao início do novo século, em 2001, veio a Lei Agnelo Piva e uma maior independência financeira. O CPB começava a se estruturar de forma mais profissional. Uma das primeiras medidas foi deslocar a sede para a capital do País. “Trazer o Comitê para Brasília foi uma forma de estarmos mais perto do Governo, uma questão estratégica”, declara Parsons.
Com maior profissionalismo e estruturação, chegaram os parceiros. Caixa Econômica Federal, Unimed, Uniodonto e Infraero são algumas das empresas que acreditaram no movimento Paralímpico.
Apostando numa estratégia ousada, o CPB sempre investiu na mídia para fortalecer sua marca. Por isso convidou jornalistas para as Paraolimpíadas de Sidney, em 2000, e comprou direitos de transmissão dos jogos. Tudo com o objetivo de mostrar o esporte Paralímpico e a marca CPB para o país.
Estes 15 anos de trabalho estão dando frutos. Em 2008, nos jogos de Pequim, o Brasil foi a China com a 4ª maior delegação, totalizando 188 atletas. Para verificar a nítida evolução do Brasil em paraolimpíadas, basta observar os números: Em Atlanta (1996), foram 59 atletas e um 37º lugar no quadro geral de medalhas. Já em Pequim, um impressionante 9º lugar. Foram 47 medalhas, contra 21 em Atlanta. Das vinte modalidades paraolímpicas, o Brasil teve representante em 17 na China.
De acordo com o Presidente Andrew Parsons, este desenvolvimento tem fundamento.
--- É importantíssimo destacar o trabalho feito pelos presidentes que me antecederam, Vital e João Batista foram ótimos líderes e fizeram trabalhos muito bons que rendem frutos até hoje. Isso me coloca uma pressão boa para dar continuidade ao que eles realizaram --- lembra Andrew.
--- Para continuarmos nos fortalecendo, é preciso realizar um bom trabalho de base, não esquecendo o alto rendimento --- completou.
No ano de 2010, o Comitê Paralímpico Brasileiro, instalou dois programas que são o retrato deste trabalho, tanto de base, quanto o de alto rendimento. O Clube escolar Paralímpico tem como objetivo uma maior estruturação dos clubes, para uma melhor formação dos jovens atletas. Já o Projeto Ouro, dará condições de buscar a medalha de ouro paraolímpica para nossos principais atletas da atualidade. Além da reformulação das Paraolimpíadas Escolares, que em 2009 bateu recorde em participações.
O Brasil tem hoje um Comitê líder nas Américas e um dos mais importantes do mundo. Em Atenas (2004), a organização dos jogos chegou a dizer que o Brasil e a Grã-Bretanha eram os comitês mais organizados dos jogos.
--- São 15 anos que merecem muita celebração. O resultado em Pequim mostra que estamos no caminho certo, mas que muito trabalho precisa continuar sendo feito, mas as perspectivas são muito boas. Para isso é importantíssimo o diálogo com todas as esferas do Governo: Municipal, Estadual e Federal --- comemorou Andrew Parsons.
A atleta Terezinha Guilermina, recordista mundial nos 100m e 400m e campeã paraolímpica nos 200m, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo CPB.
--- O Comitê é uma debutante com responsabilidades de adulto, mas que enfrentou e venceu seus desafios. A tendência é que o Brasil se torne uma potência graças ao trabalho que tem sido feito.