Por CBTM
Há pouco mais de dois anos, o Botafogo ganhou licitação para administrar o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, construído para o Pan-2007.
Desde então, o gramado vem abrigando jogos de futebol e a pista recebeu dois campeonatos de atletismo.
Preocupado com a utilização do local, que custa R$ 400 mil mensais aos cofres do clube, o gerente de Esportes Olímpicos, Miguel Ângelo da Luz, aguarda a assinatura de representantes dos três poderes para iniciar um projeto de revelação de talentos, em parceria com o Ministério do Esporte.
O objetivo é social, mas a meta é revelar atletas que possam trazer resultados para o Alvinegro já nas Olimpíadas de Londres-2012.
--- É um caça-talentos. Acho legal ter 100 crianças dentro de uma quadra, mas a gente vai buscar atletas que terão chances de medalha. Quero aproveitar o espaço. Começaremos com atletismo, lutas olímpicas e tênis de mesa, mas vislumbro outras modalidades para um futuro próximo, como esgrima e badminton. Também gostaria muito que tivéssemos projetos para os coletivos, mas não temos quadras para isso --- explicou Miguel.
A iniciativa para o desenvolvimento dos esportes olímpicos no Engenhão começou em fevereiro deste ano, quando a diretoria alvinegra oficializou o projeto Um estádio em plena forma, com a presença do prefeito Eduardo Paes, para dar garantias de que o clube buscaria parcerias para trazer mais competições à instalação.
Porém, o projeto ainda não foi assinado, o que deve acontecer na próxima semana. Segundo Miguel, falta apenas conciliar as agendas de Paes, do governador Sérgio Cabral e do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Uma vez que isso aconteça, será iniciada a capacitação de professores da rede municipal da região onde está localizado o Engenhão, na Zona Norte do Rio. Em seguida, serão feitos testes com alunos dos colégios vizinhos para encaminhá-los às escolinhas.
Parceria com exército para Jogos Militares de 2011
Apesar de o Engenhão não ter espaço para formar atletas de esportes coletivos e de as quadras de General Severiano --- sede social --- precisarem de reformas, o Botafogo pensa em uma alternativa para modalidades como vôlei e basquete.
O clube, que chegou a ser cogitado como destino do Osasco, quando o principal patrocinador deixou o time paulista, agora pretende juntar forças com o Exército para ter sua própria equipe na Superliga Feminina.
Segundo Miguel, a inscrição já foi feita na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), mas, por falta de apoio financeiro, ainda não será possível entrar na edição 2009/10.
--- Nossa intenção é formar a equipe já no próximo ano, mas precisamos de um parceiro para isso. Queremos ter uma equipe competitiva, só que, por enquanto, vamos dar apenas experiência a essas meninas mais novas que não têm espaço para jogar nos grandes clubes. Elas vão disputar os Jogos Militares em 2011, mas sabemos que ainda é um trabalho de iniciação --- explicou.
Campeão mundial como técnico da seleção feminina de basquete em 1994, Miguel não quer esquecer sua origem. O dirigente acredita que um dos principais investimentos do Alvinegro precisa ser no time tetracampeão sul-americano.
--- Com só 16 anos, essa meninas têm grandes chances de representar o Rio nos Jogos de 2016. Temos de dar todo o apoio de que elas precisam. Também vamos atrás de patrocinadores para elas. Tenho certeza de que vou conseguir.