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Mulheres que Inspiram: Mônica Doti

Primeira mesa-tenista mulher a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, ao lado de Lyanne Kosaka, ela fala sobre os desafios enfrentados pelas mulheres ao longo dos tempos

Mônica Doti, uma mulher inspiradora para todas as mulheres. Foto: Acervo Pessoal.

Por Nelson Ayres e Paulo Rocha (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM

08/03/2023 11h30


No Dia Internacional da Mulher, iniciamos a segunda temporada da série “Mulheres que Inspiram”. E para começar, selecionamos uma mulher com uma trajetória marcante: Mônica Doti.

Ela foi a primeira mesa-tenista mulher a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos, ao lado de Lyanne Kosaka. Uma das melhores atletas da História, treinadora, descobridora de talentos, educadora, mãe de mesa-tenista, esposa de técnico... múltiplas funções em uma vida recheada de conquistas, dentro e fora das mesas. Confira o papo com essa mulher inspiradora:
 

O INÍCIO

"O tênis de mesa se fez presente cedo na minha vida. Estudei numa escola japonesa e jogava nos intervalos das aulas, ou seja: tudo começou como uma brincadeira, um passatempo".

ATLETA NA JUVENTUDE

"Conforme fui pegando gosto pelo esporte, passei a treinar cada vez mais, até que surgiu a oportunidade de participar de uma "peneirinha". Então, fui chamada pelo técnico Lee Kou Tin para iniciar os treinamentos diários, em Santo André. Creio que para a maioria dos atletas, tudo começa numa brincadeira de criança".

PRECONCEITO

Se hoje em dia as mulheres ainda enfrentam preconceito, imagine há tempos atrás. E com Mônica não foi diferente. Ela teve que superar muitas barreiras para dar continuidade à sua trajetória na modalidade:

"Naquela época, o tênis de mesa masculino sempre teve maior visibilidade que o feminino, maior apoio. Para as meninas tudo era mais difícil, até mesmo a nível de Seleção Brasileira. Pouco a pouco é que fomos conquistando o nosso espaço", afirma Mônica, com direito a um tom de desabafo.

"Naquele tempo, quando disputávamos competições defendendo nosso país, no pensamento dos dirigentes, as meninas iam nas viagens somente para passear. Porém, conforme o tempo foi passando, pudemos conquistar o nosso espaço, com muito sacrifício", complementa.

BRINCADEIRA OU PASSEIO?

Não serem levadas a sério no que diz respeito às pretensões de conquistas e de performance era algo que magoava as integrantes da delegação brasileira nas competições. Sentimento partilhado por Mônica Doti àquela altura de sua vida.

"Nos aborrecia muito ouvirmos que estávamos ali somente para passear, para brincar. Afinal, treinávamos firme para podermos competir e escutar esse tipo de coisa nos deixava muito chateadas", diz.

VIRADA DE CHAVE

As coisas caminhavam desta forma até que o momento no qual o tênis de mesa feminino começou a adquirir seu merecido reconhecimento. Algo que teve início com o importante apoio do treinador da Seleção na época, o mesmo Lee Kou Tin que a descobriu.

"Ele sempre nos motivou. Falava para os dirigentes que o feminino, se tivesse o apoio necessário, obteria até mais sucesso do que o masculino. Isso por que, com a ajuda do masculino, nosso treinamento renderia mais, uma vez que os rapazes têm uma bola mais forte, seríamos mais exigidas nos treinos. Assim poderíamos melhorar", afirma Mônica, prosseguindo:

"Foi tudo bastante gradativo. Passamos a treinar mais, melhoramos nossos resultados nas competições. Isso mostrou aos dirigentes que o feminino estava evoluindo na modalidade e tinha que ser levado a sério, como acontecia com o masculino".

A PRIMEIRA OLIMPÍADA

Hoje treinadora e tendo trabalhado com atletas de sucesso, como Luca Kumahara, Vitor Ishiy e Bruna Takahashi, Mônica Doti possui um protagonismo muito especial no tênis de mesa feminino de nosso país. Afinal, ela e Lyanne Kosaka foram as primeiras brasileiras a disputarem a modalidade numa Olimpíada, os Jogos de Barcelona-ESP, em 1992.

"Foi muito emocionante. Eu e Lyanne participamos primeiro do pré-olímpico, que julgo ser a etapa mais difícil. Se não conseguir vencê-lo, você não vai para a Olimpíada. É muita pressão. Quando o objetivo é alcançado, bate aquele relaxamento, aquela alegria. Éramos somente quatro brasileiros, eu, Lyanne, Cláudio (Kano) e Hugo (Hoyama) e nos ajudávamos muito", lembra Mônica.

"Os rapazes estavam mais tranquilos. Mas nós, meninas, era a nossa primeira participação... Tudo era novidade. A alegria de poder disputar Jogos Olímpicos é algo que somente quem já teve essa oportunidade pode entender. Na época, nem ficamos pensando muito no fato de sermos as primeiras brasileiras a defender o país no tênis de mesa nessa competição, que é a mais importante de todas".


EXEMPLO PARA AS MULHERES

Na opinião de Mônica Doti, a classificação feminina do tênis de mesa brasileiro para os Jogos de Barcelona foram um "divisor de águas" para a modalidade em nosso país.

"Nossa classificação serviu de exemplo para as gerações seguintes saberem que era possível participar de Olimpíadas, de melhorar o nível do nosso tênis de mesa feminino brasileiro. Acredito que foi uma inspiração para que gerações posteriores à nossa conseguissem se classificar e competir cada vez melhor em termos de nível, resultados".

O LEGADO

Sobre ter deixado um legado às gerações de brasileiras que a sucederam, Mônica acredita que seu pioneirismo tenha servido como fonte de incentivo.

"Quando parei de jogar e me tornei treinadora, tive a oportunidade de passar minha experiência aos meus alunos. O amor que tenho por esse esporte, a paixão. Sem isso, não é possível evoluir, se desenvolver, melhorar o seu nível. Somente assim você treinará duro, fará os sacrifícios necessários para chegar a um alto nível".

MULHERES QUE INSPIRAM

Por fim, Mônica Doti revelou quem a inspirou em sua trajetória. E a quem ela própria almeja inspirar com sua história e seu exemplo.

"Minha inspiração foi nas gerações que me precederam, que tiveram como personagens Sandra Noda, Paula Tibério... Essas mulheres me inspiraram a chegar aonde cheguei. Espero que eu possa desempenhar este papel perante às novas gerações, para que elas consigam elevar ainda mais o nível do nosso tênis de mesa. Estamos evoluindo muito e eu gostaria de ver mais brasileiras entre as cem melhores do mundo no ranking", concluiu.


 

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