Por CBTM
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa já teve três presidentes durante seus quase trinta anos de existência. O primeiro foi José Pereira Antelo, que presidiu de 1980 até 1985. Em 86, Alaor Azevedo tomou posso e ficou mais um mandato, como seu antecessor. Em 1992, o atual vice-presidente Ivam Vinhas presidiu a CBTM até 1995, quando Azevedo voltou ao poder e permanece até hoje.
Mesmo com tantos anos na liderança da Confederação, muitos não conhecem a vida do médico e mesatenista Alaor Azevedo. Na entrevista abaixo, mostramos as realizações e um pouco da vida do atual presidente da CBTM.
Conte um pouco sobre sua história como presidente da CBTM, como iniciou em tal cargo e há quanto tempo realiza esse trabalho.
Iniciei minha carreira de dirigente muito cedo, tendo galgado todas as posições na área de administração: Diretor de Tênis de Mesa da Federação de Esportes Universitários do RJ (FEURJ); Diretor de TM do Fluminense F. Club; Presidente da Federação de TM do Estado do Rio de Janeiro (1976 e 1977) no ano em que o RJ conseguiu superar SP, quando de uma seleção Brasileira de 18 atletas, 10 eram do Rio, e isto numa seleção convocada por dois técnicos de SP. No juvenil masculino no Brasileiro de Goiânia fizemos o primeiro, segundo, terceiro e quarto lugares.
Graças ao bom trabalho na FTMERJ, fui eleito membro do Conselho de Assessores de TM da antiga CBD (que depois se transformou em CBF) e depois eleito Presidente do Conselho em 1978 e 1979.
Em 1979 foi criada por mim a CBTM e tomei a decisão de abandonar o esporte para me dedicar à medicina. O tênis de mesa chegou ao fundo do poço e teve anos que nem campeonato tinha, um descrédito total. Apesar de ter duas salas na Rua Buenos Aires, ganhas quando da criação da CBTM em 1979, continuava ocupando espaço na CBF e ocupava um cubículo de 4 x 3 metros.
Em 1984, junto com o atual vice-presidente, Ivam Passos Vinhas, organizei o primeiro Mundialito no Maracanãzinho, levando mais de 15.000 ao ginásio. Diante do êxito e visando melhorar o esporte, assumi o cargo de diretor técnico em 1984 e, em 1986, fui eleito presidente.
Ocupei em nível internacional a presidência da Confederação Sul-Americana em 1987-1988 e depois a diretoria da ITTF,representando a América Latina, cargo que ocupo há mais de 15 anos.
Traduzi pela primeira vez as regras do tênis de mesa no Brasil, tornando-me árbitro internacional, o primeiro do Brasil, junto com Murilo Cabral e Ivam Passos.
Entre as realizações estão também as 20 edições do Aberto do Brasil e o 14º Mundial de Veteranos, o primeiro na América Latina.
Como é constituído o salário do presidente da Confederação?
Não existe salário e isto está previsto no Estatuto, daí eu utilizar toda a experiência que adquiri na área da Saúde no tênis de mesa, inclusive o MBA Executivo de Saúde no IBMEC, uma das mais importantes instituições de ensino do Brasil. Muitos dos ensinamentos ali aprendidos foram implementados na CBTM.
Conte sobre sua vida como mesatenista.
Comecei a jogar com 12 anos na minha cidade natal, Itajubá, sul de Minas Gerais. Conquistei todos os títulos mineiros, desde o infantil até o adulto, em todas as modalidades (equipes, duplas e individual) e Itajubá foi líder do TM Mineiro durante muitos anos, apesar de ter uma população de menos de 80 mil habitantes. Chegou a ter mais de 100 pequenos clubes exclusivos de tênis de mesa.
Em 1971 morei em Santos, tendo ganhado alguns título paulistas e, em 1972, mudei para o RJ, a convite do Fluminense F. Club. Ganhei diversos títulos cariocas, tendo sido integrante da Seleção Brasileira adulta em dois campeonatos Mundiais (1975, Calcutá, Índia e 1977, Birmingham, Inglaterra).
Na área universitária fui tri-campeão Brasileiro em duplas. Fui ainda campeão sul-americano por equipes juvenis em 1971. Parei cedo para me dedicar à direção, pois um dia joguei uma final de campeonato do Rio de Janeiro e no salão tinham duas pessoas assistindo e um árbitro alcoolizado. Perguntei-me: - Campeão do que? Campeão do Nada... -. Então resolvi entrar na área da administração para mudar essas coisas.
Como é sua atuação como médico?
Na Medicina passei em vários concursos, sendo médico do Ministério da Saúde desde 1982 e Consultor do Ministério, atualmente. Em 1997 fui eleito Diretor-Geral do Hospital dos Servidores do Estado com apenas 42 anos, o mais novo diretor da história e também no cinqüentenário do Hospital, fato que muito me orgulha, atingindo assim o ápice de uma carreira. Já tinha sido Chefe da Residência Médica (1979-1980) e Chefe de Gabinete do Diretor-Geral, em 1991. Hoje trabalho na Secretaria Municipal de Saúde do Rio Janeiro.
De onde vem a paixão pelo tênis de mesa, sentimento tal que te leva a trabalhar até hoje com a modalidade e batalhar por essa?
Tenho um sonho de assumir um dia a Presidência da Federação Internacional de Tênis de Mesa, também atingindo o ápice de uma carreira esportiva. É este sonho que me move a trabalhar cada vez mais pelo crescimento do esporte no país e ter cada vez mais uma excelente estrutura para o desenvolvimento da modalidade.