Por CBTM
Morreu na última semana, ao 99 anos, em Pompeia, no interior de São Paulo, o imigrante japonês Shunji Nishimura, um dos grandes empresários do agronegócio brasileiro. Inventor da primeira colheitadeira de café do país, fundou a Jacto, um império que hoje reúne uma dezena de empresas, emprega três mil trabalhadores, exporta para 90 países e fatura anualmente quase R$ 1 bilhão. Ele fundou três escolas - o Colégio Técnico Agrícola de Pompeia, uma escola de ensino fundamental e a Escola Profissionalizante Chieko Nishimura, esta, em convênio com o Serviço Nacional da Indústria (Senai).
Também criou a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, em cuja sede o seu corpo foi velado. Em entrevista concedida ao Jornal O Estado de S. Paulo, em 2008, no centenário da imigração japonesa, ele contou que ainda tinha planos: "Se eu tivesse mais 100 anos, iria brigar para que todos os estudantes brasileiros tivessem pelo menos um ano de ensinamentos agrícolas".
Nascido em Kioto, veio para o Brasil a bordo do navio Buenos Aires-Maru, Nishimura em 1932. Em 1938, decidiu pegar um trem na Estação da Luz e foi até o ponto final da linha. Foi parar em Pompeia, a 470 quilômetros de São Paulo. Durante dois anos, viveu de consertar peças quebradas e de vender canecas feitas com latas de óleo.
Em 1979, lançou a primeira colheitadeira de café do mundo, num projeto que levou sete anos para ser concluído. Denominada Jacto K-3, a colheitadeira é comercializada até hoje com inovações tecnológicas, como o GPS. Nishimura completaria 100 anos no dia 8 de dezembro deste ano. O corpo do empresário está sendo velado em Pompeia. Shunji Nishimura deixa 7 filhos, 21 netos e 9 bisnetos.
Shunji era também um entusiasta do Tênis de Mesa e apoiava o esporte. Dois de seus bisnetos são atletas da ADM-Marília, Felipe Nishimura e Sophia Nishimura fazem aulas e representam a cidade e o legado do bisavô através da modalidade.
Fonte: Cley Scholz – O Estado de S. Paulo / Media Guide Comunicação