Por CBTM
Hoje, Jane Karla será submetida a uma cirurgia, o que, para ela, representa um momento decisivo no jogo contra a enfermidade.
A descoberta da doença foi fruto de outro drama vivido pela atleta. A sua mãe, Maria Helena, de 57 anos, também está fazendo tratamento contra o câncer de mama, o que levou Jane Karla a se preocupar com o aspecto hereditário do problema. A mesatenista conta que, há quatro meses, começou a sentir um pequeno desconforto na parte inferior do seio esquerdo, principalmente quando vestia o top para treinar. Ao fazer o autoexame descobriu um caroço, buscando auxílio médico.
Em análises preliminares, pensava-se que o caroço seria apenas fruto de alterações hormonais. Porém, Jane Karla não se sentiu segura e buscou a ajuda de um especialista. Uma biópsia não revelou maiores problemas, mas, mesmo assim, o nódulo foi retirado em 3 de agosto para uma análise mais profunda. Na quarta-feira, veio a confirmação de que se tratava de um nódulo maligno.
O diagnóstico trouxe dúvidas com relação ao seu futuro. "O médico ficou muito surpreso com o resultado e foi muito difícil receber a notícia. Naquele momento, eu perdi meu chão, pois todos os meus planos para este ano tinham chegado ao fim naquele momento", conta, emocionada, a mesatenista.
Coincidência
A medalha entra nessa história por uma coincidência. O médico Ruffo de Freitas Júnior gosta de tênis de mesa e a conquistou na 8ª edição dos Jogos Intercooperativos de Goiás, competindo com os seus colegas de profissão.
Certa de que a medalha que ganhou do médico representará o sucesso do tratamento, Jane Karla só pensa em superar a doença e voltar a treinar. "O doutor Ruffo me explicou todos os procedimentos a serem feitos para que eu consiga vencer mais essa. Respirei fundo, parei de chorar e prestei atenção em tudo para que eu possa fazer o que é necessário para conseguir", conta.
Ruffo revela que o diagnóstico foi bem precoce e o tratamento pode levar até seis meses. Porém, a duração depende do resultado da cirurgia, que vai identificar a melhor interação entre as estratégias terapêuticas e verificará a necessidade de sessões de quimioterapia ou radioterapia.
Otimista, atleta pensa em Londres
Todo o tratamento ao qual Jane Karla será submetida visa preservar a sua capacidade de se dedicar ao esporte. Nesse sentido, a atleta esbanja otimismo e faz grande planos para 2011.
Cheia de força de vontade, Jane Karla acredita que poderá voltar a competir em alto nível. "Ah, esqueci de perguntar ao médico se vou poder treinar saque depois da cirurgia", disse. "Sei que vou passar por várias etapas, mas vou conseguir. Vou encarar essa doença como um grande jogo em que eu sairei vencedora", prevê. A mesatenista promete participar do Parapan no México em 2011 e garantir a vaga para as Paraolimpíadas de Londres, em 2012.
Segundo ela, o seu drama pessoal serve de alerta para que outras mulheres busquem o diagnóstico precoce da doença.
Fonte: Por Dentro do Esporte