Por CBTM
Marcelo Cardim, natural da cidade de São Sebastião e que joga pelo Clube dos Paraplégicos de São Paulo, é um exemplo de superação na Copa Brasil Aracaju. Além da disputa na Classe
10 Combinada do Paralímpico, Marcelo joga os torneios do Rating M e do Ranking Absoluto C do olímpico.
Marcelo começou a jogar o Tênis de Mesa em 2002. Mas, quatro anos depois, em 2006, sua trajetória foi interrompida quando o atleta sofreu um acidente de moto. "Depois do acidente fiquei muito mal, muito magro, cheguei a pesar 48 quilos. 2007 foi um ano de recuperação, foram 14 cirurgias até a amputação", contou Marcelo. Após a perda da perna, Marcelo voltou, aos poucos, a praticar a modalidade. "Voltei para fazer alguma coisa, praticar algum esporte e não ficar parado em casa. Tive também muito apoio da minha família", disse.
Depois da volta às quadras, o jogador disputou a seletiva de sua cidade e ficou em segundo lugar, no geral, olímpico e Paralímpico. "O Edimilson Pinheiro, atleta da seleção paraolímpica, me viu jogar e me chamou para o clube dos Paraplégicos. Voltei a jogar e fiquei em terceiro lugar na Copa Brasil em São Caetano. Depois, fiquei em terceiro na minha classe do Brasileiro Paralímpico. É importante dizer também que sempre tive o apoio da secretaria de esportes lá da cidade", disse.
Marcelo não vê muita diferença na em disputar o olímpico. Em seu primeiro jogo na Copa Brasil, pelo Rating M, o atleta foi derrotado pelo jovem João Vitor Belfort (Academia Cearense/CE). "Eu consigo fazer as mesmas coisas que eles, os olímpicos. Muito porque eu treino com eles. Mas, a grande dificuldade é a movimentação. Tento me adaptar a movimentação deles", analisou.
O atleta decidiu jogar na categoria diferente para conseguir somar pontos, para conseguir uma chave melhor lá na frente. "A chave é feita pelo número de pontos no Rating. Então tenho que conseguir a maior quantidade de pontos possíveis. Também porque eu devo parar por um tempo para fazer outra cirurgia", disse.
Marcelo, que ganhou o Parapan-Americano de Jovens na Colômbia e jogou o Mundial de Brasília pela seleção paraolímpica principal, aproveitou para mandar um recado para o técnico da seleção, "Estou treinando bastante para conseguir uma vaga na seleção permanente. Eu espero que o técnico José Ricardo Rizzone esteja de olho em meu desempenho".