Notícia

MENSAGEM AO INTERCOLONIAL 2008

Por CBTM

26/01/2008 12h09


É com enorme alegria que saúdo todos os participantes do histórico Intercolonial 2008, realizado no ano do Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil, na bela cidade de Curitiba.

 

Lá se vão 100 anos, quando o forte povo japonês pós-guerra, sem comida, sem emprego, com um sistema educacional deficiente embarcou numa viagem com muitos sonhos rumo a uma terra virgem e com muito potencial, chamada Brasil. Um acordo assinado em 1906 possibilitou esta vinda, autorizando a entrada em nosso país de quinze mil japoneses.

 

Com um pequeno apoio financeiro governamental, 781 emigrantes pioneiros embarcaram em 28 de abril e chegaram ao Porto de Santos no dia 18 de junho de 1908, após cinqüenta dias dentro do navio Kasato Maru (foto ao lado). A meta era progredir e obter muito sucesso, mas sempre com o objetivo de voltar ao país natal de muitas tradições e onde deixaram amigos e familiares. Um verdadeiro movimento Dekasegui ao contrário, com muito mais dificuldades e sacrifícios do que o atual fluxo de viagem para o país do Sol Nascente.

 

Mostrando o seu valor e honra - Yakusoku -, os imigrantes logo descobriram que a história era bem diferente, muitos trabalharam em fazendas como escravos, prisioneiros e, ainda, não falavam o idioma local e eram sempre enganados pelos nossos conterrâneos. Nada disso fez esmorecer a sua garra e tenacidade. Trabalharam duro, lutaram para crescer e sempre respeitaram a relação Sempai e Kohai. Valores naturais e seculares, que certamente minoraram todo o sofrimento e desilusão do imigrante.

 

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, aquilo que já era muito difícil e aparentemente impossível de ser pior, se mostrou muito mais negro e doloroso. Ao se colocar ao lado dos Estados Unidos, o Brasil passou a tratar o Japão e, consequentemente, os imigrantes como inimigos. Casas foram invadidas, saqueadas e tudo que pudesse ter qualquer relação com espionagem (rádio, livros com escrita oriental, correspondências etc.) era confiscado. Proibiu-se a comunicação no idioma japonês e muitos que não falavam a língua portuguesa foram presos de forma absolutamente injusta e discriminatória. Escolas que ensinavam idioma do oriente foram fechadas e um houve um forte movimento permanente de extermínio da cultura e tradição, tão prezados pelos imigrantes.

 

A difícil comunicação da época, tempos sem Internet, televisão e rádio incipientes e a dificuldade na leitura dos jornais, além da permanente manipulação dos mesmos trouxeram ainda mais sofrimento ao povo imigrante, que durante muito tempo não acreditava na até então inédita rendição do Imperador aos vencedores da Segunda Guerra Mundial. Hiroshima e Nagasaki e o flagelo da bomba atômica eram absolutamente inverossímeis, muitos morreram sem jamais entender o que se passou.

 

Mas as qualidades do imigrante e daqueles que ficaram no Japão foram mais fortes e a tudo sobreviveram, sempre baseados no trinômio: Trabalho, educação e respeito ao próximo, principalmente aos mais velhos.

 

A CBTM, que tenho a honra de dirigir há mais de vinte anos, sempre se pautou em muitos dos princípios acima citados. Com extrema humildade aprendeu com as diversas gerações, soube extrair o respeito nos momentos das grandes conquistas e naqueles de difíceis derrotas.

 

Sendo assim, só temos a agradecer e reverenciar este maravilhoso século e o fluxo migratório 1908 - 2008. A história mesa-tenística confunde-se e nutre-se dele, prepara-se para avançar muito mais nos próximos anos que já se avizinham, extremamente profícuos e produtivos.

 

MUITO OBRIGADO A TODOS VOCÊS PELOS EXEMPLOS DE SUPERAÇÃO E HONRA, QUALIDADES FUNDAMENTAIS PARA O SUCESSO EM QUALQUER CAMPO DA VIDA!

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