Por CBTM
Após dois dias de palestras com importantes expoentes da comunidade olímpica nacional e internacional, o Seminário de Desenvolvimento Esportivo, organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fortaleceu o conceito de que a inércia e acomodação definitivamente não podem fazer parte do esporte olímpico, dentro ou fora do terreno de jogo. Primeira ação oficial do Instituto Olímpico Brasileiro, o Seminário levou representantes das Confederações Brasileiras Olímpicas ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 7, e, segundo o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, comprovou a necessidade de mudanças constantes tanto administrativamente, quanto na parte atlética, para a evolução de atletas e modalidades.
Profissionalização contínua e elaboração de metas foram alguns dos caminhos apontados pelos experts durante o encontro. O Seminário integra a estratégia do COB de disseminar o conhecimento da administração esportiva como ferramenta para desenvolver o esporte brasileiro.
--- Temos que estar sempre mudando, nos aperfeiçoando. É essa constante movimentação que faz com que o esporte cresça e prospere. A experiência de cada um dos palestrantes ratifica esse pensamento --- declarou o Nuzman, no encerramento do seminário, neste domingo, dia 7.
O segundo e último dia do encontro teve também a participação de Ricardo Leyser, secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte, e de profissionais ligados à área nos níveis federal, estadual e municipal; além de Emílio Sanchez, capitão e campeão da Copa Davis pela Espanha, atual coordenador técnico da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Leyser e Sanchez participaram ao lado de Nuzman de uma mesa redonda que finalizou com êxito o intercâmbio de informações. --- Gostaria de parabenizar o COB por essa iniciativa que veio em um momento oportuno --- elogiou Leyser antes de despedir-se.
O domingo teve as apresentações de Bernhard Schwank, membro do Comitê Olímpico Alemão, três vezes sub-chefe de missão da Delegação Alemã, em Atenas 2004 e Pequim 2008 e chefe de missão dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver 2010, e do Dr. Antônio Carlos Gomes, doutor em Teoria e Metodologia da Educação Física dos Esportes pela Universidade Nacional de Cultura Física da Rússia e consultor de esportes.
O dirigente alemão analisou a estrutura organizacional e a relação com as Confederações Nacionais em seu país e os desafios do esporte de alto rendimento na Alemanha. O brasileiro, que durante anos esteve fora do país, viveu um longo período na antiga União Soviética, e falou de como sua experiência internacional interferiu na sua formação. A vivência internacional ajudou o Dr. Antônio Carlos na elaboração dos conceitos que o qualificam como um expert na implantação de centros de treinamento e na elaboração de estratégias voltadas para a formação integral dos atletas.
--- Devido à crise econômica, e inspirados nesse momento difícil que o mundo atravessa, devemos incorporar ao nosso dia a dia a determinação. Com esforço e dedicação, tudo que pensamos mudar será possível. O caminho passa pela cooperação entre as comunidades científica e esportiva e isso tende a se intensificar a cada ano. O importante é dar subsídios para a implantação de uma política de educação esportiva, e isto não se resume a Educação Física --- explicou Shwank.
--- O processo de mudança já começou. Mas, é fundamental que não se percam ideias no caminho. Devemos refletir, absorver o que aprendemos com as ações bem sucedidas no exterior para tentar desenvolver uma escola nacional para gerenciar o nosso esporte --- completou o Dr. Antônio Carlos Gomes.
Já Emílio Sanchez, acredita que as mudanças fazem parte de um processo contínuo e longo e devem se tornar um hábito. "A mudança que não se transforma em um procedimento, na elaboração de um sistema, fracassa?, disse Sanchez, convicto.
O seminário que contou com excelente público, ávido por novas informações, também gerou comentários positivos dos dirigentes das Confederações, que felicitaram o COB pela organização e realização do encontro. --- Estou ansioso para colocar em prática tudo o que aprendemos. E posso dizer com satisfação que há tempos já estamos trabalhando com planejamento e já temos como mensurar nossas possibilidades --- comemorou Manoel Luiz Oliveira, presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).
--- Não poderia ter sido mais gratificante essa primeira ação oficial do Instituto Olímpico Brasileiro. Tenho certeza de que o que foi discutido nesses dois dias servirá de motivação para novas conquistas. Isso é encorajador --- finalizou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB.
O Seminário de Desenvolvimento Esportivo teve ainda as palestras de Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira de vôlei, e do diretor de elite e performance da Associação Olímpica Britânica (BOA), Clive Woodward, ambas realizadas no primeiro dia do evento.