Por CBTM
Quando Daniela Monteiro da Silva era pequena, seu pai preparava uma cama para ela descansar numa das mesas que sobravam durante o treinamento de tênis de mesa. Nos Jogos Abertos de Chapecó, a atleta, que defende Concórdia, carrega a filha Maria Eduarda, de seis meses, pelo ginásio do Clube Recreativo Chapecoense.
Como tem que dar mais atenção à filha, ela é reserva do time. O treinador é seu pai, Ademir Monteiro da Silva. Uma das árbitras é a mãe, Luzia Marta Galvão da Silva. O irmão Daniel, de 17 anos, que compete por Caibi, ela ajudou a cuidar quando os pais estavam nas competições. A irmã caçula Camila, 16, ainda não compete. Fica na arquibancada torcendo para a família.
Assim, seis pessoas da família Monteiro da Silva, de três gerações, estão em Chapecó. Daniela, 22, disse que, por onde passa, a família chama a atenção pelo número de malas – oito no total. Uma delas, com fraldas e mamadeiras, é só para a filhinha.
A família mora há 19 anos em Concórdia, e as crianças praticamente cresceram entre raquetes e bolinhas de tênis de mesa. Aos 10 anos, cada um deles foi colocado na escolinha. Mas houve resistência. Ademir exigia da filha Daniela mais do que dos outros alunos da modalidade na cidade de Concórdia.
– Comigo foi meio na pressão – lembra Daniela, medalha de ouro nas duplas dos Jasc, em 2007.
Relação íntima com a modalidade
Camila iniciou no judô, depois foi para caratê e o basquete, até focar na modalidade tradicional da família. Ela já ficou em segundo lugar na Olesc de 2008, e terceiro na Olesc de 2007. Daniel gostou até demais do esporte olímpico. Mesmo em casa, ele queria jogar e ganhar das irmãs, chegando a irritar os pais com o barulho da bolinha quicando insistentemente sobre a mesa.
O patriarca fica feliz de poder competir e estar com os filhos por perto. Para Daniela, que mudou-se há quatro anos para Marília (SP), onde defende a cidade paulista, os Jasc são uma oportunidade de reencontrar a família. Maria Eduarda já segura a raquete na mão. É o primeiro passo para seguir a dinastia.
