Por CBTM
Qual é o maior limite humano, o corpo ou a mente? Para muitos, o maior limite humano são os outros humanos, quando negam aos que precisam, uma oportunidade de melhorar. Ser deficiente físico, me explicava certa vez um para-atleta, não é o fim, mas o começo de novas possibilidades. É o reencontro com a força que todos carregam dentro de si de serem melhores. Melhores que a si. O esporte justifica-se quando um portador de necessidades especiais pratica alguma modalidade, porque a limitação não é do cadeirante jogando basquete ou do nadador amputado, mas daqueles que olham isso com pena. Há cerca de 90 dias, a nova diretoria da Adefica --- Associação dos Deficientes Físicos de Cascavel --- assumiu com uma mentalidade direcionada: proporcionar ao deficiente a real inclusão social. "Temos que mostrar para a sociedade que as pessoas com deficiência têm tanta capacidade como qualquer outra em realizar atividades, principalmente no esporte. Temos que unir forças e fazer acontecer", diz o presidente da entidade, Genival da Silva Bertolino, o "Maguila". "Este será o ano (2010) da mudança, com novos projetos. Cascavel receberá um ginásio de esportes totalmente adaptado para pessoas com deficiência, uma obra em torno de 3,3 milhões de reais. Isso será apenas o começo", garante Maguila. Esportes E para começar a nova diretoria dando provas de uma boa direção, a Adefica em parceria com a Secretaria de Esportes promove a partir de hoje o XIV Congraçamento Esportivo dos Deficientes Físicos --- CEDEF. A abertura está marcada para ás 19 horas no Ginásio Eduardo Luvison, no Complexo Esportivo Ciro Nardi. Serão três dias de disputas intensas nas modalidades do atletismo, bocha, canastra, futsal, sinuca, tênis de mesa e xadrez. Os jogos acontecem na Asservel e também no Centro Esportivo Ciro Nardi. A bocha ainda aguarda divulgação do local. Segundo o presidente, o evento será grandioso. "Receberemos em torno de 150 atletas de 8 delegações de todo o Estado. Essa é a prova que os deficientes querem mesmo poder ter a chance de participar de eventos, mas para isso precisam de oportunidade. Acredito que o que resume bem essa competição é a superação, porque muita gente que participa poderia achar que não poderia estar aqui nos jogos, mas pela sua força de vontade, virá competir. E é justamente isso que queremos, que o deficiente acredite em seu potencial", explica Maguila. Os para-atletas ficarão alojados no Estádio Olímpico Reginal. No domingo, para o encerramento após o almoço, está marcada para acontecer na Praça Wilson Jofre uma grande festa com o rapel para cadeirantes, com um guindaste com 30 metros de altura. Todas as competições poderão ser assistidas gratuitamente. Projetos Para-Olímpicos Com a anunciação do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas em 2016, começaram os projetos para a formação de atletas. E como quem sedia as Olimpíadas sedia também na sequência as Para-Olimpíadas, a formação de para-atletas entra na pauta de discussões das entidades de classe. "Temos sim a ideia de formar atletas. É um trabalho a longo prazo, que exigirá boa vontade de muita gente, entre profissionais e poder público. Nossos trabalhos estarão focados no desenvolvimento do esporte em Cascavel, ainda mais com a construção do ginásio adaptado", finaliza Maguila.