Por CBTM
A utilização da Avenida Beira-Mar de São José como espaço para a prática de esportes e de lazer é questão levantada pelas últimas gestões da Prefeitura Municipal.
A população reclama da falta de equipamentos, de iluminação e de segurança, enquanto o Executivo precisa lidar com regulamentações federais, uma vez que a área pertence à União.
A gerente regional do Patrimônio da União em Santa Catarina, Isolde Espíndola, explica quem determina o quê nesse espaço:
--- Quem organiza a utilização dos espaços é a Prefeitura, mas a forma como o espaço vai ser usado é definida pelo Governo Federal --- que tipo de evento ou de estabelecimento pode ser instalado ali. O que vai ser instalado depende também do zoneamento, a ser discutido pela Câmara, e da comunidade, que decide. Hoje, isso depende do empenho da Câmara e da organização da comunidade.
Ela destaca que São José ganhou um aumento de área com a construção da Avenida.
--- Agora, tem que saber aproveitar. Não há outros grandes espaços para se fazer isso, porque a cidade está toda urbanizada, o território é muito pequeno e está adensado. Vamos fazer com que o maior número de pessoas possa aproveitar esse espaço público.
O vereador Adriano de Brito (PR), que participou de uma discussão sobre o tema no programa São José em Debate, da TV Câmara, no dia 3, acredita que a Beira-Mar deva receber programas que estimulem a prática de atividades físicas.
--- Ouvimos falar dos benefícios da atividade física e precisamos colocar isso em prática. Sabemos que ali há condições geográficas ideais para uma escola de remo. Temos vários projetos de esporte e qualidade de vida, falta colocá-los para funcionar. Há uma reivindicação antiga da construção de um campo de futebol. Tem mais de 20 equipes de futebol apenas entre Kobrasol, Campinas e Praia Comprida, e elas têm que ir a outros municípios para jogar. Também poderia ser feito um trabalho riquíssimo com as crianças da Rede Pública de Ensino, estudando o mangue, a fauna local.
Ele fala sobre a falta de continuidade dos projetos nessa área:
--- Em 2005 iniciamos ali o projeto Exercite-se, que ainda funciona, nos moldes do que existe no Shopping Itaguaçu. Mas tínhamos outros projetos que se extinguiram, como a escolinha de futebol. Por que iniciamos projetos e, dois anos depois, eles acabam? Ainda não temos um sistema político-esportivo que garanta a continuidade dos projetos.
João Alfredo Freitas, do departamento de Esporte e Lazer da Fundação Municipal de Esporte, fala que São José não tem onde treinar as equipes de tênis de mesa.
--- Poderíamos fazer também um espaço para esportes de luta. Gostaríamos que as federações viessem conversar conosco, como foi com a vela e o remo; gostaríamos de ter 20 ou 30 projetos para mostrar ao prefeito.
Sobre a falta de segurança no local, Brito conta que já presenciou um furto de fios de alta tensão, delito constante no local.
--- A Prefeitura arruma, passa uma semana e roubam de novo. Precisamos ter a Guarda Municipal ou a PM para garantir o patrimônio ali.
Freitas aponta as medidas que estão sendo tomadas:
--- As falhas de segurança que temos percebido têm sido encaminhadas à Guarda Municipal. Esperamos que no ano que vem isso melhore. Vai ser montada uma base da PM junto à Fundação de Esporte, na Beira-Mar. O pessoal que mora perto reclama de barulho à noite e a PM deve melhorar isso.