Por CBTM
Portadora de deficiência múltipla, Renata Gontijo, 31, sofria dores intensas no braço direito, atrofiado desde que ela nasceu.
--- Eu achava que tinha o pior problema do mundo. Meu pai dizia que existia gente em situação mais difícil que a minha, eu não acreditava, era muito revoltada, até que encontrei, na Apae, pessoas que tinham limitações mais duras. Então vi que podia, além de receber ajuda, ajudar --- comenta.
Quando deixou de sentir pena de si, Renata virou atleta. Embora tenha começado a praticar esporte aos 10 anos, há sete ela treina com maior dedicação handebol, vôlei e natação.
--- Em 2006, ganhei uma medalha de ouro e uma de prata, foi uma emoção enorme. O esporte me ensinou que, se em um dia a gente perde, no outro pode ganhar --- disse.
Ela é uma dos 164 atletas que participam, nesta semana, da VI Olimpíada das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do Estado de Goiás, promovida pela Federação das Apaes e realizada pela Apae de Goiânia, em comemoração à Semana Nacional do Excepcional, que acontece de 21 a 28 de agosto.
Os jogos vão selecionar os atletas que representarão o Estado em novembro nas competições nacionais. Atletas de nove Apaes estão competindo nas modalidades futsal, handebol, basquetebol, tênis de mesa, natação e atletismo.
O estudante Edvaldo Moreira de Souza, 29, portador de deficiência intelectual e competidor da VI Olimpíada das Apaes, quebrou a resistência que tinha em deixar a alegria entrar em sua vida.
---- Era muito fechado, calado, nervoso. O futebol me deu mais tranquilidade, mudou minha vida --- conta.
Habilidoso e ágil na quadra, ele disse ao HOJE, banhado em suor, depois de uma partida de futsal, que o jogo é uma aventura.
--- Me concentro nas atitudes de cada um e planejo o que vou fazer. É uma alegria estar com meus colegas --- explica.
A Apae de Goiânia é uma entidade filantrópica e de utilidade pública, fundada em 1969. Cerca de 400 pessoas, com deficiência mental associada ou não a outras, são atendidas nas áreas de saúde, educação, assistência social, qualificação e encaminhamento para o mercado de trabalho.
Atualmente, a maior necessidade da entidade é de alimentos e de produtos de higiene e limpeza. Para quem quiser ajudar, o telefone é 3226-8000.
