Por CBTM
O desafio foi lançado para crianças e adolescentes de 12 escolas públicas e três colégios particulares de Santa Maria.
Agora, os jovens têm até o fim do mês para desenvolver um bom preparo físico e técnica, elementos que os levarão a conquistar o primeiro lugar na sexta edição dos jogos escolares.
Eles vão competir em modalidades como futsal, vôlei, tênis de mesa, basquete, karatê e judô. As primeiras partidas de futsal já começam a ser disputadas hoje.
Ao todo, aproximadamente 700 atletas participam das atividades promovidas pela Regional de Ensino de Santa Maria. O clima geral dos participantes e organizadores tem um misto de ansiedade e animação.
--- Os meninos e meninas da cidade anseiam por eventos como esse --- contou Júlio Moronari, diretor da Regional de Ensino.
--- A partir do momento em que oferecemos essa atividade para eles, também temos um grande retorno. Eles passam a se comportar e tirar notas melhores na escola, que começa a ser vista como uma referência para a juventude --- detalhou.
Ontem, os estudantes celebraram o início dos jogos no ginásio poliesportivo da cidade. Também participaram do evento os atletas Paralímpicos Iranildo Espíndola, mesatenista com vários títulos, e Paulo Flaviano, campeão sul-americano de atletismo.
A dupla, que representa a capacidade de superação do ser humano, acendeu a tocha olímpica para marcar o início do campeonato.
No entanto, para participar dos jogos, os alunos precisam manter notas boas e manter uma frequência assídua na escola.
Os professores de cada colégio se encarregaram de destacar os melhores estudantes para participar das competições, divididas em quatro categorias: pré-mirim, mirim, infantil e infanto-juvenil.
Os participantes devem ter idade entre sete e 18 anos. E, como os atletas Paralímpicos demonstraram na abertura do evento, os jogos escolares têm lugar para todos interessados no mundo dos esportes.
Treinamento
Este ano, cinco equipes de atletas portadores de necessidades especiais estão inscritas em competições de futsal, tênis de mesa e atletismo.
Os garotos do futsal já começaram a treinar. Ontem, aproveitaram um jogo que haviam marcado contra uma equipe do Gama para mostrar o que sabem fazer. Com passes rápidos e coordenados, eles mostraram bom desempenho.
O desafio de chegar ao gol, enganar o goleiro e ver a bola balançar a rede foi cumprido diversas vezes durante a partida. E todos os jogadores tiveram a chance de mostrar o que sabem.
O estudante Wellington de Moraes Santos, 18 anos, se esbaldou dentro da quadra de esporte. Ele mostrou a todos o que sabe fazer com uma bola no pé, arte que vem aperfeiçoando desde os sete anos, quando jogava com os vizinhos em Ceilândia.
Pelo time de Santa Maria, Wellington espera ter a oportunidade de brilhar ainda mais.
--- Quero jogar bem e fazer gol. Ano passado, tiramos segundo lugar. Este ano, vamos correr atrás do primeiro --- afirmou, como se fosse um jogador profissional. Mas ele sabe que, para jogar, precisa ir bem na escola.
--- Se não estudar, dá problema --- resumiu.
O técnico do time, o professor de educação física Jorge Carvalho, trabalha com alunos portadores de necessidades especiais há três anos e considera que as atividades esportivas ajudam a dar mais ânimo aos jovens.
--- É preciso ver que esses são adolescentes acostumados a andar em bandos onde todos enfrentam as mesmas dificuldades. Temos que nos esforçar para levá-los aos jogos. Mas vale a pena, pois aí eles têm a oportunidade de se soltar, se divertir e descobrir outros aspectos sobre si mesmos --- detalhou o professor.
O trabalho junto aos jovens também tem surtido efeito ao longo dos anos. O professor lembra que, quando começou, contava apenas com 32 atletas. Hoje, coordena quase 100 jovens nas três diferentes modalidades --- cada um com um problema diferente a ser tratado. Para Jorge, treinar os adolescentes é recompensador.
--- Acho muito interessante ver como eles se entregam para a experiência e como acabam por se tornar jovens mais disciplinados e responsáveis--- concluiu.