Por CBTM
A perpetuação de dirigentes nas entidades esportivas está com os dias contados. Um Projeto de Lei (PL) limita o número de reeleições em apenas uma. A medida vale para clubes e entidades desportivas que recebam recursos públicos.
O PL foi aprovado pela Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados, está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e será votado também no Senado.
No Amazonas, a proposta divide a opinião entre os dirigentes. É o caso do presidente da Federação Amazonense de Ciclismo (FAC), Durval Neto.
--- Essa é uma questão (o PL) política e não desportiva. Para muitas federações, nas quais os presidentes estão perpetuados, será bem-vinda. Mas a limitação tende a atrapalhar os projetos, pois não há garantias de que programas bem sucedidos tenham continuidade pelos sucessores e o risco é muito grande de se perder bons trabalhos ---, argumentou.
Na presidência da Federação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas (FDAEAM) há dois mandatos, Margareth Bahia reconhece que a Lei estabelecerá um estado de democracia das federações, mas alertou para as consequências.
--- A reeleição dever ser limitada, pois é saudável. Mas é uma faca de dois gumes, pois um administrador pode estar fazendo um bom trabalho e ser obrigado a sair em razão da lei ---, opinou. O estatuto da FDAEAM não estabelece esta limitação e as eleições ocorrem a cada quatro anos. A próxima será em 2014.
Em períodos intercalados, o presidente da Federação Amazonense de Judô (Fejama), Aldemir Duarte do Nascimento, já está no terceiro mandato e considera que não haverá diferença caso a Lei seja sancionada.
--- Tanto faz, pois as federações são iguais aos políticos: cada um que chega quer implantar os seus projetos. Hoje não temos limite de reeleição, mas se a lei for aprovada iremos nos adequar ---, garantiu.
--- As pessoas acham que ganhamos dinheiro. Se isso acontecesse mesmo, a Federação de Futebol (FAF) era rica, mas não é assim. Os eventos de judô e jiu-jítsu atraem, no mínimo, quatro mil pessoas. Já o futebol leva uns cem torcedores ao estádio ---, comparou.
O presidente da Federação Amazonense de Desportos Aquáticos (Fada), Victor Hugo Façanha - o Botinho, considera salutar a limitação de reeleição. --- É benéfico, pois evita a perpetuação de dirigentes nas instituições ---, afirmou. As eleições na Fada ocorrem a cada dois anos e Botinho está no primeiro mandato.
O presidente que ficou mais tempo à frente da entidade foi Cláudio Nobre (de1999 a2000). Nobre, atualmente, é o vice-presidente do Fast Ulbra.
Outro ‘caçula’ entre os administradores de federações é André Galvão. Ele administra a Federação de Tênis de Mesa do Amazonas (FTMA) desde 2010 e deve permanecer até 2014, ano das novas eleições.
--- Um mandato é tempo suficiente para desenvolver um trabalho. Essa limitação é benéfica porque as federações deixarão de ter presidentes vitalícios ---, defendeu. Jorge França foi quem comandou a FTMA por mais tempo: oito anos.