Por CBTM
Em Londres, Hugo Hoyama participou pela sexta e provavelmente última vez de uma edição de Olimpíada. Para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) espera contar com os serviços do veterano de 43 anos na condição de dirigente, e não mais como um atleta.
--- O Hugo já está colaborando conosco nesse sentido. Ele tem o seu instituto em São Bernardo do Campo e é técnico da Gui Lin, a nossa chinesa naturalizada brasileira. A ideia é mantê-lo jogando por mais algum tempo, até para transmitir a experiência aos mais jovens, e fazer essa transição natural. Eu não aposentadoria o Hugo por decreto, como se diz, mas ele já estará com 46 anos em 2016. O ciclo foi concluído. Chegou o momento de parar gradativamente --- comentou o médico Alaor Azevedo, presidente da CBTM, confiante que as próximas gerações sejam formadas por medalhistas olímpicos.
Mesa-tenista mais vitorioso do Brasil, Hugo Hoyama correu o risco até de não ter jogado nas Olimpíadas de Londres. O atleta do Palmeiras atualmente é o quarto melhor brasileiro no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), na 211ª colocação, atrás de Cazuo Matsumoto (91º), Gustavo Tsuboi (112º) e Thiago Monteiro (127º).
--- Mas o Hugo se superou. A verdade é que a gente não tinha nem autoridade moral para cortá-lo de Londres. Fizemos uma seletiva com os 16 melhores mesa-tenistas do Brasil. Ele enfrentou todos os jogadores, e a sua única chance de classificação era ganhar de todo mundo várias vezes. Ele ganhou. Alguns dizem que o Hugo está velho, mas ele conquista seus objetivos na mesa, jogando. Mesmo gripado e com febre, ele foi tão espetacular e extraordinário que superou todos os seus adversários na seletiva --- enalteceu Alaor Azevedo.
Na seletiva realizada no Rio de Janeiro, o outro mesa-tenista brasileiro que conseguiu vaga para competir no torneio individual dos Jogos de Londres foi Gustavo Tsuboi. Cazuo Matsumoto, o melhor ranqueado do País, ainda acabou preterido da disputa por equipes porque a comissão técnica preferia contar com um atleta destro como titular. Thiago Monteiro foi o escolhido.
Apesar de o time brasileiro ser somente o 23º no ranking mundial, o presidente da CBTM confia nas ascensões de Tsuboi, Matsumoto, Monteiro e de outros seguidores de Hoyama até uma medalha no Rio de Janeiro-2016.
--- Temos a meta de colocar dois jogadores entre os 50 melhores do mundo até o final de 2014. Se isso acontecer, nós teremos boas chances no torneio por equipes e poderemos sonhar com um pódio nas Olimpíadas. Mas, se não der certo, a chance é zero. O Cazuo e o Tsuboi já ficaram entre os 100 do mundo, então não acho impossível --- destacou.
A julgar pelo desempenho brasileiro em Londres, contudo, as projeções são desanimadoras. Hugo Hoyama e Gustavo Tsuboi foram eliminados logo na primeira rodada para o chinês naturalizado polonês Zengyi Wang (78º do mundo) e para o indiano Soumyajit Ghosh (168º), respectivamente.
--- Nosso desempenho poderia ter sido melhor. O Hugo e o Gustavo tinham chances de ganhar seus jogos. A vitória deles seria um resultado normal. Talvez tenha faltado uma preparação melhor, alguma coisa, não sei --- disse Alaor Azevedo.
Para o tênis de mesa feminino, o presidente da CBTM espera conquistas a longo prazo.
--- Temos uma equipe muito jovem. O nosso desnível técnico em relação ao resto do Mungo é maior entre as mulheres. Mas foi importante pegar experiência nas Olimpíadas. A Caroline Kumahara, que foi campeã da Copa Latino-americana com só 16 anos, já começou a jogar com um pouco mais de malandragem. Para a Gui Lin, também foi positivo. O problema é que, na disputa por equipes, pegamos a Coreia do Sul logo de cara. Contra uma das favoritas, existe até a situação de não conseguir fazer pontos --- analisou o futuro colega diretivo de Hugo Hoyama.
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