Por CBTM
Hugo Hoyama é um dos melhores exemplos de que o amor pelo esporte pode atravessar fronteiras e mostrar que é sempre possível ir mais longe do que os outros esperam. O mesatenista surpreendeu a todos quando disputou em Londres, aos 43 anos, sua sexta edição dos Jogos Olímpicos.
Por sua longevidade no esporte, convidamos Hoyama para um bate-papo exclusivo com o portal PARATLETA BRASIL. Ele revelou detalhes de sua preparação, desde os tempos em que era atleta da base, para se manter jogando e alto nível até os dias de hoje. O experiente jogador conta que para driblar lesões, cansaço e acompanhar o ritmo dos mais jovens, cuida da preparação física desde jovem e diariamente.
Ele também analisou o Tênis de Mesa paralímpico do Brasil e se colocou à disposição para auxiliar os atletas na preparação para os Jogos Paralímpicos de 2016. No que depender da estrela do tênis de mesa nacional, os paratletas poderão ter mais um importante suporte para deixar medalhas por aqui, nos Jogos do Rio de Janeiro.
Acompanhem o papo com Hugo Hoyama:
PARATLETA BRASIL: Como era sua preparação no começo da carreira? O que você acha que fazia de diferente, para que pudesse chegar até aqui?
HUGO HOYAMA: Foi um trabalho muito intenso e muito importante, por isso até que consigo jogar até agora. Quando eu era muito novo e não podia fazer musculação, o meu técnico, o Maurício Kobayashi, entendia muito de educação física e cobrava muito a nossa preparação. Treinava das 14h às 20h na mesa, mas depois ainda fazia mais uma hora de corrida, treinos de salto, abdominais ou flexão de braço.
PB: Acha que o treino físico foi fundamental para jogar por tanto tempo?
HH: Sim, porque o Tênis de Mesa exige muito treinamento, o que por sua vez, acaba provocando problemas como tendinite, dores nas articulações, nas costas... Mas eu tive muito pouco disso durante todos esses anos.
PB: Mas e como você lidava com o cansaço, era difícil enfrentar toda essa maratona?
HH: Eu jogo no estilo caneta – para os que não são do Tênis de Mesa, é uma empunhadura similar a de alguém segurando uma caneta – e, por isso, preciso de muito mais movimentação. Então, para me destacar, não tinha muita escolha, tinha de ir até o fim e coloquei isso na minha cabeça, não tem muito segredo. Tinha dia que nem conseguia andar direito, mas valeu a pena.
PB: E sua rotina de treinos, agora, deve ser outra, o que mudou?
HH: Eu agora procuro manter a minha condição, mas a intensidade do treino, claro, não é a mesma. Eu faço uma preparação física completa, com musculação e continuo bastante regrado. Evito beber, sair para balada, essas coisas que comprometem a vida de um atleta. Quando saímos à noite e dormimos tarde, nosso rendimento cai por pelo menos mais dois dias e isso eu não deixo acontecer. Sou um cara bem regrado, isso ajuda bastante.
PB: E aquelas sete horas diárias da juventude, hoje são quantas?
HH: Eu não treino mais todo aquele tempo que treinava, mas as três ou quatro horas que faço hoje são bastante intensas. Uso a minha experiência para treinar com mais qualidade, o que é muito mais importante do que quantidade.
PB: O que você pode dizer para quem está começando e está sentindo as dificuldades que você sentiu, mas tem os mesmo sonhos?
HH: O importante é ter cabeça e colocar objetivos, ver onde você pode chegar e ir atrás, da maneira que puder. Mas é importante também tomar cuidado com seu corpo e sua cabeça, para que você possa ir cada vez mais longe, mas com responsabilidade.
PB: Qual sua opinião sobre o Tênis de Mesa paraolímpico brasileiro? Você costuma acompanhar?
HH: Primeiro quero parabenizar os atletas, pelas conquistas e por representarem bem o Brasil, tenho certeza que virão medalhas em 2016, e eu também quero ajudar a Seleção Paralímpica, todos merecem, trabalharão bastante e pelo caminho promissor que todos têm. Espero poder ajudar com meu trabalho e experiência e com a ajuda da torcida brasileira podemos conquistar medalhas no Rio de Janeiro.
Fonte: portal 'Paratleta Brasil'
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