Por CBTM
Luiz Medina tinha tudo para viver reclamando da vida, se lamentando pelos cantos e fazendo papel de vítima. Afinal, as dificuldades que encontrou desde o seu nascimento não foram poucas.
No entanto, Kaíque, como é carinhosamente chamado pelos amigos mesatenistas, contagia a todos com seu bom humor e serve de exemplo para aqueles que supervalorizam seus problemas.
Praticar o esporte que aprendeu a amar, fazer novos amigos pelo país e pelo mundo, passar um pouco sua experiência aos mais jovens, tudo isso serve de estímulo e continua ajudando Kaíque a superar seus limites.
Para quem foi abandonado em uma caixa de sapatos pela mãe por ter nascido sem os braços, uma perna, o maxilar inferior e a língua, estar vivo e ter conseguido criar dois filhos é motivo de celebração constante.
--- Vejo muita gente reclamando, mas sou diferente. Posso garantir que mesmo com as minhas limitações sempre fui uma pessoa feliz --- garantiu.
Kaíque é atualmente o nº 40 do Ranking Mundial na Classe 6 e em 2011 tentará participar de sua quarta Paraolimpiada.
Em Mar Del Plata (2005) e no Rio de Janeiro (2007) ele ficou com a prata. Em Isla Margarita (2009) conquistou o bronze e agora, no México, acredita estar finalmente pronto para lutar pela sua primeira medalha de ouro.
A missão, porém, não será tão simples assim pois para atingir seu objetivo Kaíque terá de superar Carlo Di Franco Michell, o Carluxo, um dos maiores medalhistas da história do Tênis de Mesa Paralímpico do país.