Por CBTM
Érico Duarte jamais teve problemas de saúde e sempre praticou esportes, o que lhe ajudou muito a manter a saúde em dia. Em outubro de 2009, no entanto, passou a sentir tonturas, mas achou que se tratava de simples cansaço mental, pois como advogado levava uma vida agitada e isso explicaria tamanho nível de estresse.
O atleta, hoje com 34 anos, procurou um médico para fazer um check-up e então veio o diagnóstico que mudou seu destino. Um dos exames detectou um tumor no cérebro, cujos danos seriam, a curto/médio prazo, a perda dos movimentos do lado direito do corpo, fala e poderiam causar a sua morte.
--- É impossível explicar o que senti. Há um segundo tudo estava em paz e no outro meu mundo desmoronou. Meus grandes problemas tornaram-se minúsculos, todos os meus anseios reduziram-se a um só: sobreviver --- explicou.
Érico foi tratado por uma equipe médica excelente, do Hospital Sírio-Libanês. A princípio havia a possibilidade de que não se pudesse mexer no cérebro, pois se tratava de uma área muitíssimo delicada e os danos causados pela cirurgia poderiam ser piores.
Depois de três meses de exames diários, os médicos resolveram correr o risco e marcaram a cirurgia. Ainda assim havia apenas 50% de chances de que sobreviesse. No dia 2 de fevereiro de 2010, Érico nasceu de novo, passou por uma cirurgia de 8 horas e o resultado não poderia ter sido melhor.
A recuperação, contudo, seria dificílima e exigiria muita paciência. Nos primeiros dias, Érico teve que reaprender a respirar, sentar e andar. Tinha dificuldades nas tarefas mais simples, mas após o início difícil a recuperação foi surpreendente.
--- Dois meses depois voltei a trabalhar e fui liberado para praticar exercícios leves. Sete meses depois completei uma corrida de rua de 10km. No início do ano fui liberado para o Tênis de Mesa que, por exigir movimentos rápidos e bruscos, ainda me era vedado --- explicou.
Agora, recuperado, Érico pretende fazer sua reestréia oficial na Copa Brasil do Rio, em março.
--- Agradeço aos meus amigos de infância Hugo Suzuki e Silney Yuta, jogadores do meu time, o Corinthians/Suzano, por me incentivarem a voltar à mesa. Tenho várias pessoas que estiveram ao meu lado naquele momento difícil, às quais devo agradecer. Em especial, à minha mãe (Rose), também à minha namorada (Georgina) e ao meu pai (Mário Sérgio). Este último veio a falecer em agosto/2010 (poucos meses após aminha recuperação) e me traz muitas saudades. Passou por tudo junto a mim, deixou uma grande lição e agora brilha no céu.
O ano não foi fácil, mas o Tênis de Mesa também o ajudou muito em sua recuperação. Todos os dias Érico acordava com a sensação de que o placar do "jogo da vida" era 10x9 para o adversário, no 5º set.
--- Era sempre hora de decidir e eu não podia amarelar. A calma que o esporte me trouxe e os ensinamentos do meu técnico, Maurício Kobayashi, foram fundamentais para superar, psicologicamente, esse momento de placar apertado --- explicou Érico, um vitorioso que não vê a hora de voltar a competir,
--- Quando voltar à mesa, não importa se ganharei ou não os torneios que disputar. A "Copa da Vida" fez de mim um verdadeiro vencedor. Hoje reconheço, nas situações mais simples do cotidiano, a sincera e verdadeira felicidade, tudo graças à lição que Deus me trouxe.
A equipe da CBTM e todos os mesatenistas do país comemoram a recuperação do atleta e torcem para que possa continuar jogando ainda por muitos e muitos anos.
Boa sorte e saúde! Sempre!
