Por CBTM
Nascida em Pequim há 31 anos, a chinesa Wu Xue está de volta ao Rio, para a disputa da I Copa Latino-Americana da ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa), vestindo as cores da República Dominicana, pela qual ela já conquistou as pratas individuais na modalidade nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, e de 2007, no Rio.
Wu Xue é uma dos três atletas nascidos na China, mas que na última década se naturalizaram e passaram a defender países latino-americanos em competições internacionais de tênis de mesa.
- Em 2000, eu jogava na Liga Espanhola, quando, no fim de 2002, a Federação Dominicana me convidou para defender aquele país. Disputei o Pan-2003, em Santo Domingo, e ganhei a prata, além de outra prata no Rio - afirmou ela, em espanhol fluente. - Estou muito contente de representar a República Dominicana. É uma chance de estar nos grandes eventos internacionais.
Número 70 do atual ranking mundial, Wu Xue vem do país que ocupa as cinco primeiras posições da listagem feminina. Segundo ela, em 2008, nos Jogos de Pequim, pôde viver uma emoção especial.
- Em 2008, foi muito bom jogar em Pequim. Tive contato com minha família. Meu pai e minha mãe estiveram lá. Joguei bem e tive boa participação - disse ela, tricampeã latino-americana individual.
Apesar desse currículo representativo e de ser a melhor das Américas no ranking, ela não se considera favorita para o torneio no Maracanãzinho:
- Não acho que seja favorita. Quero ter o prazer de jogar.
Mesmo naturalizada dominicana, ela mora em Barcelona, na Espanha:
- Vou à República Dominicana às vezes. Este ano, por exemplo, já estive lá.
Em decisão recente, a ITTF pôs entraves à fácil naturalização de chineses. Agora, se o atleta tiver até 15 anos, terá de ficar três anos sem jogar, para poder se naturalizar. Até 18 anos, precisará ficar cinco anos. E até 21, precisará ficar sete anos sem atuar. Após os 21 anos, naturalizações serão proibidas.
- Eu não vejo mal nas naturalizações - argumentou ela, que quer ir a Londres-2012, mas acha difícil jogar na Rio-2016. - Ah, está muito longe! Eu gostaria, mas já tenho 31 anos, e neste esporte, acho difícil jogar no alto nível com mais de 35 anos.
Sobre o motivo de a China ter tantos craques, Wu Xue fez interessante comparação:
- Na China, o tênis de mesa é o esporte número um. É como o futebol no Brasil. Todos jogam, e daí surgem tantos bons jogadores.
Também no evento carioca, estão os jogadores chineses Lin Ju, que também representa a República Dominicana, e Liu Song, que atua pela Argentina. Embora naturalizado dominicano, Lin Ju demonstrar não saber falar a língua que comumente se fala no Malecón, a turística avenida à beira-mar de Santo Domingo, nem na famosa Praia de Boca Chica. Entrevistado, prefere falar em inglês.
- Eu me naturalizei há nove anos. Vivo às vezes na República Dominicana, às vezes na França, em Paris, onde jogo pelo SAG Cestas. Tenho jogado todas as competições internacionais pela República Dominicana, fui campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2003 e de 2007 e disputei as Olimpíadas de Atenas, em 2004, e de Pequim, em 2008 - narrou.