Por CBTM
Geralmente quando se pensa na França, vêm à cabeça a beleza de Paris, a culinária, o passeio às margens do Sena ou a moda. Mas, se o assunto for tênis de mesa, a liga é uma das duas mais fortes da Europa, junto com a da Alemanha. E foi da francesa Marselha que a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) trouxe o técnico Jean René Mounie.
Treinador da seleção francesa de juvenis, ele irá trabalhar como consultor na preparação de atletas brasileiros, inicialmente visando aos Jogos Pan-Americanos, em outubro, e às Olimpíadas de Londres-2012 e do Rio-2016.
--- Na França, anualmente seis mil crianças são peneiradas. Daí, saem 700, para no final, ficarem 26. Eles já têm metodologia de identificação de talentos. No Brasil, temos 140 atletas, de 8 a 10 anos, e queremos trabalhar com eles --- explica o presidente da CBTM, Alaor Azevedo.
--- Jean René passará 120 dias por ano no Brasil e irá acompanhar as seleções no exterior e no Pan de Guadalajara.
Aberto do Brasil em junho
Na França, há 220 mil atletas de 4,5 mil clubes, e no Brasil, apenas 26 mil de 350 clubes.
--- Quanto mais clubes, mais talentos. O Brasil tem bons jogadores, muito criativos, e pode ficar mais perto do alto nível. Vou ficar entre Europa e Brasil, já que muitos brasileiros jogam lá. Quando estiver aqui, ficarei no CT nacional em São Caetano --- diz Mounie.
Neste fim de semana, o Rio sediou a I Copa Latino-Americana da ITTF (Federação Internacional de Tênis). Em junho, entre os dias 9 e 12, receberá o Aberto do Brasil, com 250 atletas de 30 países; e, em agosto, será a vez do Paralímpico.
--- Sou do clube Levallois, que já foi 15 vezes campeão francês e penta europeu. Trabalhar no Brasil é um grande desafio e me deixa muito entusiasmado --- ressalta Mounie.
Para Gustavo Tsuboi, que morou na França entre 2006 e 2010, o contato com Mounie só pode lhe enriquecer.
--- Nós, brasileiros, nos preocupamos com a técnica, mas nos faltam a parte mental e a estratégia. Isso faz a diferença, e o Mounie já trabalhou com vários dos melhores do mundo. É muito respeitado na Europa e tem muito a nos passar --- acredita Tsuboi, considerado o melhor do país.
Uma aposta é Gui Lin, chinesa de 17 anos que vive em São Paulo desde os 11, está treinando na Europa, e pretende se naturalizar brasileira. Aos 15, Caroline Kumahara, que vem de vitórias nos Abertos da Suécia Sub-16 e da Itália Sub-18, é candidata à estrela nas mesas:
--- É bom que estejam investindo tanto. Treinei dois meses na França e melhorei muito porque fiquei 100% voltada para o esporte. Em 2016, vou ter 21 anos, mas é melhor ir passo a passo, ano a ano, torneio por torneio.