Por CBTM
Na terra do tênis de mesa, o basquete e o futebol também são muito praticados e admirados. Por isso, a nação que detém uma das economias que mais cresce no mundo - em torno de 10% ao ano na última década - e que foi a potência olímpica dos últimos jogos (51 medalhas de ouro em Pequim 2008, sem contar outras 32 e o segundo lugar geral em Atenas 2004), investe no esporte mais popular do planeta.
Segundo Paulão, o futebol acompanha de perto esse processo de crescimento econômico devido ao investimento na contratação de estrangeiros. Conca é o mais recente exemplo. Destaque do Fluminense campeão brasileiro de 2010, o argentino será colega de Paulão no Guangzhou.
- Há contratações de altos valores para um mercado que, aos poucos, está conquistando espaços no mundo da bola - observa o zagueiro.
A ambição chinesa é inserir-se nos objetivos dos maiores jogadores do mundo. Em virtude disso, atletas de ponta que se destacam estão na mira. Prova disso é o fato do ex-gremista dizer que costuma enfrentar diversos estrangeiros e uma boa quantidade de brasileiros em seus desafios pelo campeonato nacional.
Como em qualquer outro país, o futebol brasileiro é reconhecido. E os chineses, claro, estão sempre bem informados.
- Tem muita informação e aqui não é diferente. Eles conhecem tudo sobre os principais times e jogadores que fazem boa campanha no Brasil. Pude acompanhar todos os jogos do Grêmio na Libertadores, mas o futebol europeu ainda predomina. No momento, estamos ligados na Copa América, torcendo pela Seleção. Pelos canais locais, nossos familiares podem ver os jogos do campeonato daqui - conta Paulão.
Vida tranquila em família
Quando não está em casa, em família, Paulão está na rua. A turismo. Ele gosta de passear e conhecer a cidade que tem o mesmo nome do clube pelo qual joga: Guangzhou, localizada no sul da China.
- Não tive muita dificuldade na adaptação porque o clima é bem parecido com o do Brasil. Em relação à alimentação, também foi tranquilo. No início, cheguei sozinho, então ia a restaurantes que serviam churrasco e massas. Com a chegada da minha esposa, passei a comer bem melhor. Nada como um bom feijão vindo direto do Brasil - lembra.
Além do clima, outro fator que ajudou na adaptação foi o bairro onde Paulão reside. Lotado de estrangeiros, ele facilmente consegue encontrar produtos importados em supermercados. E gente do mundo inteiro. Com quase 10 milhões de habitantes, Guangzhou foi sede dos Jogos Asiáticos de 2010 e abriga a maior feira de importação e exportação do mundo, a Feira de Cantão, que acontece duas vezes por ano, desde 1957. Para se ter uma ideia, estima-se que em 2011 a feira teve mais de 200 mil visitantes de 40 países.
O idioma
Falada por quase 1,5 bilhão de pessoas, o idioma chinês tem no mandarim a sua vertente mais popular. São 60 mil símbolos que representam palavras ou fonemas, embora atualmente "apenas" 10 mil sejam de fato utilizados. Paulão já entende alguns desses sinais, o que facilita a comunicação em campo. No entanto, ele ressalta que devido à presença de outros brasileiros no time (Muriqui, ex-Atlético-MG; Cléo, ex-Partizan, da Sérvia; e Renato Cajá, ex-Botafogo e Grêmio), a troca de informações fica menos complicada.
- Já consigo entender algumas palavras. Vivi só uma situação difícil, quando um fã pediu para eu escrever o nome dele em chinês e eu ainda não sabia como fazer. Foi complicado, mas consegui e alegrei um grupo de torcedores. Já decorei como se escreve o meu nome. Isso é significativo para eles - destaca.