Por CBTM
Ao contrário de boa parte dos jovens estreantes nos Jogos Pan-Americanos, a mesa-tenista Caroline Kumahara, de 16 anos, não pretende usar o evento em Guadalajara apenas para ganhar experiência. Quer mostrar serviço e, desta forma, dar continuidade ao legado da técnica que a ensinou a jogar, Monica Dotti, medalhista no torneio continental e a quem chama de segunda mãe.
Mônica - ao lado de Lyanne Kosaka, Marta Massuda e Carla Tibério - foram as primeiras brasileiras medalhistas Pan-Americanas - bronze por equipes nos Jogos de Havana, em 1991. "Quando tinha 12 anos, meus pais mudaram para uma casa com mais espaço e resolveram colocar uma mesa na casa. E a Mônica começou a me ensinar."
O entusiasmo não veio logo de cara. "Na verdade eu jogava futsal, mas meu pai achou que eu deveria me dedicar a um esporte individual e acabei pegando gosto pelo tênis de mesa." Os resultados foram aparecendo e Carol sempre foi incentivada pela mentora.
"Eu me lembro dela grávida de sete meses, com barrigão, me dando treino. Hoje, ela já não é mais minha técnica e sim o marido dela, ao lado de mais outros dois treinadores, mas continuamos em contato. Costumamos almoçar juntas e nossas famílias se encontram. Eu a chamo de segunda mãe."
Com tanto carinho, Carol faz questão de fazer um bom papel em seu Pan de estreia e deixar Mônica orgulhosa. "Não pretendo jogar apenas para ganhar experiência. Quero dar o meu máximo."
Os desafios, explica, serão muitos. "A altitude (Guadalajara está a 1,5 mil metros) altera um pouco a bola, que fica mais leve e desliza mais na mesa, mas isso é mais no começo do ponto. Uma dificuldade também é que não pudemos treinar no local das competições, porque ele ainda não está pronto."
O Estadão