Por CBTM
Em 2007, competindo em casa nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro e ainda com o título de "Mister Pan" do Brasil debaixo dos braços, Hugo Hoyama tinha o cenário perfeito para encerrar sua carreira. Ele até tentou. Anunciou a despedida e chegou a chorar em quadra. Mas "queimou a língua". Quatro anos depois, mais uma vez será o principal nome do país no tênis de mesa em Guadalajara e ainda foi escolhido para ser o porta-bandeira da delegação brasileira.
Aos 42 anos, 30 deles dedicados ao Tênis de Mesa, Hugo Hoyama não quer falar em encerrar carreira. Dono do recorde brasileiro de medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos (nove), o jogador treina e compete como se ainda estivesse se preparando para a sua estreia na competição.
--- Parei de pensar nisso. No Rio de janeiro, falei que tinha sido meu último Pan, fiz aquele negócio de despedida, de chorar... E estou aqui treinando. Mas eu voltei porque sabia que tinha condições. Não estou aqui só porque ganhei aquelas medalhas lá atrás. Eu vou continuar treinando até onde tiver motivação, até onde sentir que posso ajudar o Brasil – garantiu Hoyama, anunciado nesta quarta-feira como o porta-bandeira da delegação brasileira.
A longa história de Hoyama nos Jogos começou em 1987, na edição de Indianápolis. De lá para cá, acompanhou de perto a evolução da competição e do esporte. Em seu sétimo Pan, garante com propriedade que foram muitas as mudanças nesses 24 anos.
--- Mudou muita coisa. As condições de jogo são muito melhores, os espaços das mesas, o piso. O tamanho da bolinha mudou, a cola, as regras de jogo. Antes eram três sets de 21 pontos. Hoje, são cinco sets de 11. Em 1987, era tudo muito diferente. A organização e o nível da competição também estão muito melhores agora – comentou.
No México, o atleta terá a chance de ampliar seu quadro de medalhas com a conquista de mais duas douradas (individual e por equipes). O jogador de São Bernardo do Campo coleciona até agora 14, sendo nove ouros, uma prata e quatro bronzes.
--- Nós viemos confiantes, fizemos uma boa preparação, principalmente nas três últimas semanas. E acreditamos que, fazendo o nosso melhor, temos boas chances em todas as categorias.
Antes mesmo de disputar o Jogos de Guadalajara, que começam nesta sexta-feira, Hoyama já está pensando nas Olimpíadas de Londres, no ano que vem.
--- Eu quero pelo menos lutar, brigar pela vaga em Londres. Mas não quero mais saber de despedida não. Prefiro sofrer de uma vez só. E eu já sofri aquela vez lá (Rio-2007).
